Os poetas Egito Gonçalves e Eugénio de Andrade e o arquitecto Fernando Távora vão integrar a toponímia do concelho. Esta proposta foi aprovada na reunião da Câmara Municipal de Matosinhos realizada esta manhã.
Natural de Matosinhos, o poeta e tradutor Egito Gonçalves foi também uma figura ímpar no meio associativo cultural e na resistência antifascista. Cedo se revelou o seu talento com a publicação do livro “Poema para os companheiros da ilha”. Seguiram-se “O vagabundo decepado”, “Os Arquivos do Silêncio”, “Fósforo na palha”, “Falo da vertigem” e “Poemas Políticos”. Também dinamizou revistas de relevo: “Notícias do Bloqueio”, “Serpente”, “Limiar”, “Árvore” e “Plano”.
A sua poesia foi traduzida praticamente em todos os idiomas e obteve grandes prémios em Portugal e no estrangeiro. Também foi distinguido como tradutor pela Academia das Ciências de Moscovo, pela Associação Portuguesa de Escritores e pela Sociedade de Língua Portuguesa.
A atribuição do nome de Egito Gonçalves ao um arruamento situado em Matosinhos, no Bairro dos Pescadores, é uma forma da Câmara Municipal de Matosinhos homenagear com toda a justiça um seu ilustre conterrâneo.
Eugénio de Andrade foi uma figura cimeira da Literatura Portuguesa. Embora Natural da Beira Baixa, viveu a maior parte da sua vida no Porto, fazendo de Matosinhos um espaço de encontro e de ternura. Sempre se sentiu atraído pela Praia de Leça e pela sua grande figura mítica, António Nobre, bem como por Florbela Espanca.
Autor de abundante obra, destacam-se “Os Amantes sem Dinheiro”, “Ostinato Rigore”, “O Peso da Sombra” e “Os Afluentes do Silêncio”. Uma fundação com o seu nome guarda o importante espólio que deixou à posteridade.
Em vida recebeu os mais importantes galardões literários nacionais e alguns dos mais prestigiados a nível internacional.
A sua memória será perpetuada em Matosinhos com a atribuição do nome de Eugénio de Andrade à nova Alameda inserida na ligação do Eixo Norte-Sul, em Matosinhos.
Assim, Matosinhos saberá tributar à memória de um Poeta as devidas homenagens à sua extraordinária obra.
Designado por muitos como o “Pai da Arquitectura Contemporânea Portuguesa”, Fernando Távora faleceu em Matosinhos no passado dia 3 de Setembro.
Nascido no Porto em 1923, formou-se em Arquitectura na Escola Superior de Belas Artes do Porto, na qual viria a integrar o respectivo corpo docente.
Autor de obras de raiz, privadas e públicas destacam-se a reorganização urbana em Aveiro e Guimarães, a renovação do Museu Soares dos Reis e a recuperação do Palácio do Freixo.
Em Matosinhos, o traço e o génio exemplares de Fernando Távora estão presentes em várias intervenções solicitadas pela Autarquia, de que se destaca o restauro da Casa de Santiago, adaptada a espaço museológico e Centro de Arte, e a recuperação da Piscina e Campo de Ténis da Quinta da Conceição.
É assinalado por todos os seus companheiros de geração e alunos tão brilhantes como Siza Vieira e Souto Moura. A memória do Professor Arquitecto Fernando Távora é merecedora da homenagem que Matosinhos sempre soube render à Arquitectura de qualidade. A atribuição do nome do Arquitecto Fernando Távora à nova Avenida que liga o Nó de Gonçalves ao Freixieiro, em Leça da Palmeira, homenageará e perpetuará a sua memória.