O Museu
O museu, inserido num edifício histórico - concluído presumivelmente em 1896, foi construído para residência da família Santiago de Carvalho e Sousa, com projeto do arquiteto italiano Nicola Bigaglia - é testemunha privilegiada das profundas transformações urbanísticas e sociais ocorridas na cidade de Matosinhos-Leça nos finais do séc. XIX e ao longo do séc. XX.
Integra, desde 2003, a Rede Portuguesa de Museus, é um dos espaços museológicos fundadores da MuMa - Rede de Museus de Matosinhos e membro do ICOM desde 2007.
Desde 2009, o espaço da Quinta de Santiago é constituído por 3 edifícios: O Museu, composto por 2 pisos musealizados, onde para além do atmosfera característica dos ambientes interiores de finais do sec. XIX, podemos encontrar uma exposição patente; o Espaço Irene Vilar, dotado de auditório polivalente e espaço de serviços educativos; e a Casa do Bosque, onde se encontra instalada a Cascata Gigante, com cerca de 15m² - uma reconstrução representativa da Leça de inícios do séc. XX - construída por José Moreira e doada ao Museu.
No amplo jardim que rodeia o Museu o visitante pode encontrar obras escultóricas de Siza Viera, Rui Anahory e Lagoa Henriques.
Horários:
Terça a sexta-feira: 10h00–13h00 / 15h00–18h00
Fim de semana e feriados: 15h00–18h00
Encerra à segunda-feira
Os serviços técnicos estão abertos de segunda a sexta-feira das 9h30 às 13h00 e das 14h30 às 18h00.
Contactos:
Morada: Rua de Vila Franca, 134, 4450-802 Leça da Palmeira
Telefone: 229392410
E-mail: museuqsantiago@cm-matosinhos.pt
Localização: 41º11’34.49’’N / 8º 41’28.89’’W
Transportes: Metro Linha A – Mercado de Matosinhos | STCP 507 | Resende 105, 106 e 120
Entradas e estacionamento:
Rua de Vila Franca, 134, 4450-802 Leça da Palmeira
Rua Pinto de Araújo, s/n, 4450-776 Leça da Palmeira
Aviso
DEVIDO ÀS CIRCUNSTÂNCIAS ATUAIS ALGUMAS INFORMAÇÕES DESTA PÁGINA PODEM NÃO ESTAR ATUALIZADAS PELO QUE RECOMENDAMOS SEMPRE O CONTACTO PRÉVIO COM O MUSEU:
TLF: 229 392 410
EMAIL: museuqsantiago@cm-matosinhos.pt
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Visitas:
O Museu disponibiliza visitas orientadas à semana, aos fins-de-semana e feriados mediante marcação prévia.
As visitas orientadas podem ser regulares ou especiais:
Visita regular: A visita é realizada por um técnico do Museu e tem a duração estimada de 45 minutos.
Visitas especiais: realizam-se durante a semana e ao fim de semana, mediante marcação prévia têm a duração estimada de 60 minutos.
• Visita às Escuras: Visita direcionada aos pormenores decorativos da Casa dos Santiago, num museu escuro como breu. Realizadas apenas em períodos noturnos.
• Visita Animada: Visita direcionada para público até aos 6 anos de idade e público com necessidade especiais.
• Visitas Literárias: Visitas teatralizadas com leituras de trechos literários da época (meados de séc. XIX a meados do século XX).
• Visita Dramatizada: Visitas realizadas por personagens que outrora habitaram a Casa dos Santiago
de séc. XIX e princípios de séc. XX.
Fora de Horas
Q2: museu aberto até à meia-noite:
Todos os meses o Museu promove visitas noturnas:
Visitas especiais na 2ª quinta-feira do mês, às 21h30, com inscrição prévia obrigatória.
Serviços Educativos:
• Ateliês de exploração das exposições – em todas as exposições existem propostas de exploração [a partir dos 4 anos].
• À descoberta da casa! - Prova de orientação e descoberta realizada no interior e exterior da Casa de Santiago [dos 6 aos 12 anos].
• Criança Traz Adulto: Domingo de Famílias - no 1º domingo de cada mês acontecem momentos de envolvência e interatividade em família [a partir dos 4 anos].
• O Museu é + velho do que eu! – Festas de aniversário para crianças dos 6 aos 12 anos. Inclui uma visita especial e atividade à escolha do aniversariante.
• Vem descobrir a Cascata Gigante! – Visita + atividade – visita à cascata e conceção de bonecos e/ou adereços a partir da modelagem em barro ou gesso ou através da reutilização de materiais [a partir dos 4 anos].
• Campos de férias – colaboração nos Campos de Férias promovidos pela Autarquia [dos 6 aos 14 anos
• Residências Artísticas para Jovens artistas, Aprender com Arte! - Cursos intensivos em períodos de férias. Estas atividades são vocacionadas para o desenvolvimento de conhecimentos nas artes plásticas e para a descoberta do património concelhio. Tem a duração de uma semana. [infanto-juvenil]
Para mais informações consultar o link: https://www.cm-matosinhos.pt/servicos-municipais/cultura/casa-do-bosque-servicos-educativos/programacao-nos-espacos
Museu acessível:
O museu dispõe de cadeira elevatória com cinto de segurança na cintura e capacidade para 120 kgs e de cadeira de rodas de apoio de utilização nos pisos 1 e 2.
O jardim é parcialmente acessível, pois tem percursos com uma inclinação acentuada. Os wc’s (no Museu e auditório) são adaptados.
Serviço educativo: Quadros táteis para invisuais; visitas especiais (visita dramatizada; visita animada), oficinas de expressão plástica adaptadas a grupos com necessidades especiais.
Quem Somos
-
Presidente
Luísa Salgueiro
Vereador da Cultura
Fernando Rocha
Coordenação
Clarisse Castro
Tânia Teixeira
Cláudia Almeida -
Equipa do Museu:
Cláudia Almeida
Edgar Gomes
Fátima Barros
Margarida Fonseca
Patrícia Flávio
Rute Marques -
Casa do Bosque – Serviços Educativos:
Ana Patrícia Jesus
Ana Paula Costa
Maria Fátima Parada
Rita Côrte-Ferreira
Teresa Ribeiro
Os Habitantes da Casa
Os serviçais
Baptista, o mordomo
O chefe dos criados da Casa conhece todos os (re)cantos do edifício. Sério, discreto, conhecedor da história da Família Santiago. Oriundo de Matosinhos, concelho d’orgulho, na casa dos seus amos, com que extraordinária sinceridade, solta, numa fúria, o historiador dentro de si.
(…) E o mordomo bendito, abrindo largamente os dois batentes, anunciou: – Monseigneur est servi! Na mesa, que pelo esplendor das orquídeas mereceu os louvores ruidosos de Sua Alteza, fiquei entre o etéreo poeta Dornan e aquele moço de penugem loura que balouçava como uma espiga ao vento. (…)
A Cidade e as Serras, Eça de Queiroz
Conchita, a criada espanholita
Conchita é aia andaluza da mulher de Dinis Santiago, Mari de Carmen Navarro. A sua presença nesta casa é marcada pelo taptap no soalho: tão aficionada do baile que até dorme de sapatos, sempre preparada para um repente de salero que surja a horas tardias. Pela comida caliente torna-se próxima a Gervásio, e é ela a professora de Rosa Maria, ensinando-a a ler e escrever em “portunhol”.
El campo
de olivos
se abre y se cierra
como un abanico. (…)
Paisaje, Frederico Garcia Lorca
Gervásio, o cocheiro
Gervásio é um “torna-viagem”, natural de Matozinhos, cidade do estado de Minas Gerais que possui um templo dedicado ao Senhor de Matosinhos. Popular, bem-disposto, amante da pinga e de caldo requentado, este trabalhador moço da Casa, com sentimentos em pleno viço, conhece bem o concelho, seus bailes e moças lavadeiras.
(…) Uma das causas, ou antes a causa da greve é que os cocheiros querem ser funccionarios públicos. Nem mais, nem menos. A sua pretenção é que a munici- palidade de Pariz se torne proprietária das tipóias de praça e que elles passem, portanto, a ser empre- gados municipaes, com ordenado e aposentação. Cada carruagem constituirá assim uma verdadeira repartição de que o cocheiro será, a todos os respeitos, o director geral. (…)
Ecos de Paris, Eça de Queiroz
Rosa Maria, a criada
Rosa Maria serve a família Santiago faz tempos, desde muito nova. A mãe dela é a cozinheira dos Santiago. Sabe ler e escrever por iniciativa da Senhora Maria Carolina, que a ensinou.
É indolente em algumas tarefas da casa mais meticulosas - como polir pratas e dispor a mesa do jantar. Atenta aos pormenores que se relacionam com a vida alheia, conhecida de muitas criadas de outras casas, desvenda a Dona Maria os mil e um detalhes do quotidiano da nobreza e burguesia de Leça.
(…) Tinha para isso muitas razões, dizia: dormia num cubículo abafado; ao jantar não lhe davam vinho, nem sobremesa; o serviço dos engomados era pesado; Jorge e Luísa tomavam banho todos os dias, e era um trabalhão encher, despejar todas as manhãs as largas bacias de folha; achava despropositada aquela mania de se porem a chafurdar todos os dias que Deus deitava ao mundo; tinha servido vinte amos e nunca vira semelhante despropósito! (…)
O Primo Basílio, Eça de Queiroz
Maria das Dores, a cozinheira
Maria da Dores é uma mulher do povo. Após ter sido mãe solteira, o Padre da Paroquia do Porto pediu à benemérita família de D. Carolina que a acolhesse dado que o destino da mesma não iria ser nada "feliz". Assim sendo D. Carolina a tomou como cozinheira da casa passando a integrar a criadagem da família.
Após o casamento de D. Carolina com João Santiago, Maria das Dores e sua filha Rosa Maria vieram juntamente com a família Santiago habitar a casa. Rosa Maria cresceu juntamente com Dinis Santiago embora separados pelo estatuto social da época.
D. Carolina gostava imenso de Maria das Dores, apesar de que, quando a mandava confecionar alguns cozinhados mais "grumete", especialmente quando vinham das viagens que faziam a vários países, ela arranjava sempre maneira de trocar a ementa sofisticada por um pernil assado, ou por um arroz com favas. A personagem irá destacar a família Santiago, mas também irá transmitir a diferença entre classes que existia no séc. XIX.
Os nobres e os burgueses
Nicola, o arquiteto
Nicola Bigaglia é veneziano e professor de modelação ornamental. Arquiteto decorador com horror ao vazio, conheceu João Santiago aquando da encomenda da Casa de Vila Franca, tendo mantido extensa correspondência com o seu cliente. A sua obra é sinónimo de fantasia determinada em harmonia, sendo o ecletismo o mote do seu carnaval.
(…) Aqui [em Portugal] importa-se tudo. Leis, idéias, filosofias, teorias, assuntos, estéticas, ciências, estilo, indústrias, modas, maneiras, pilhérias, tudo nos vem em caixotes pelo paquete. A civilização custa-nos caríssima, com os direitos da Alfândega: e é em segunda mão, não foi feita para nós, fica-nos curta nas mangas...
(…)
Os Maias, Eça de Queiroz
Joana Vasconcelos e Sousa, a amiga
A amiga futurista de Dona Maria Carolina vem de Paris dos anos 20. É moderna, sufragista e adepta do chique chique a valer. Conhece bem os meandros artísticos de Leça, nas artes plásticas e na literatura. Altiva e segura de si, uma verdadeira independente.
(…) Não sei, é verdade, se talvez as mulheres amem as revoltas. Não valemos mais que os homens, mas o poder não nos corrompeu ainda. (…)
A Comuna, Louise Michel
João Santiago de Carvalho e Sousa, o proprietário
Aristocrata minhoto, doutor em leis, político e monárquico convicto, considera-se o último grande romântico português, como o comprova a história de amor que viveu com Maria Carolina Magalhães, sua esposa. De espírito rebelde e guerreiro não enjeitava um bom duelo. Homem inteligente, culto e empreendedor, tem o rasgo de mandar construir a Casa de Santiago, em Leça da Palmeira, com o risco do célebre arquiteto italiano Nicola Bigaglia, embora sob sua orientação.
Ser espirituoso é metade de ser diplomata. (...) O espírito move tudo e não responde por coisa alguma: ele é a eloquência da alegria, e o entrincheiramento das situações difíceis: salva uma crise fazendo sorrir: condensa em duas palavras a crítica de uma instituição: disfarça às vezes a fraqueza de uma opinião, acentua outras vezes a força de uma ideia: é a mais fina salvaguarda dos que não querem definir-se francamente: tira a intransigência às convicções, fazendo-lhes cócegas: substitui a razão quando não substitui a ciência, dá uma posição no mundo, e, adoptado como um sistema, derruba um império. E, sobretudo pelo indefinido que dá à conversação, ele é a arma verdadeira da diplomacia.
Uma Campanha Alegre, Eça de Queiroz
Casal D'Albuquerque, os amigos da família
Horácio e Carlota, assiduamente presentes nos encontros sociais, dos Santiago de Carvalho e Sousa, acompanharão os visitantes numa viagem pelas memórias do palacete, desvendando as suas características arquitetónicas e ornamentais.
Horácio Severino d'Albuquerque e a sua senhora Carlota Augusta, é um distinto casal da sociedade, oriundo de Tabuadelo- Guimarães.
Horácio era amigo das brincadeiras de infância de João Santiago, reencontram-se em Leça da Palmeira, quando o casal se mudou depois de perder todo o seu património à custa do vício do jogo de Horácio. Carlota uma mulher submissa, que tenta manter as aparências requintadas ao lado do seu marido, um homem austero, esconde um lado feminista e revolucionário, que marca as mudanças sociais do final do século XIX.
CONTACTOS:
Morada: Rua de Vila Franca, 134, 4450-802 Leça da Palmeira
Telefone: 229392410
E-mail: museuqsantiago@cm-matosinhos.pt
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Localização: 41º11’34.49’’N / 8º 41’28.89’’W
Transportes: Metro Linha A – Mercado de Matosinhos | STCP 507, 601 | Maré 104, 105, 106, 111, 116, 118 e 120
Entradas e estacionamento:
Rua de Vila Franca, 134, 4450-802 Leça da Palmeira
Rua Pinto de Araújo, s/n, 4450-776 Leça da Palmeira