Museu da Quinta de Santiago
Visitas dramatizadas
Respeitam os múltiplos processos, ritmos e modos de aprendizagem. Aproveitando o carácter lúdico destes formatos, são realizados jogos, descobertos conceitos e conteúdos, sempre vocacionados e dirigidos aos públicos que as procuram.
Duração aprox. 45m.
N. mínimo: 10 / máximo: 25 participantes.
Marcações: casadobosque@cm-matosinhos.pt
PERSONAGENS
Os serviçais
O mordomo Baptista
O chefe dos criados da Casa conhece todos os (re)cantos do edifício. Sério, discreto, conhecedor da história da Família Santiago. Oriundo de Matosinhos, concelho d’ orgulho, na casa dos seus amos, com que extraordinária sinceridade, solta, numa fúria, o historiador dentro de si.
(…) E o mordomo bendito, abrindo largamente os dois batentes, anunciou: – Monseigneur est servi! Na mesa, que pelo esplendor das orquídeas mereceu os louvores ruidosos de Sua Alteza, fiquei entre o etéreo poeta Dornan e aquele moço de penugem loura que balouçava como uma espiga ao vento. (…)
A Cidade e as Serras, Eça de Queiroz
Conchita, a criada espanholita
Conchita é aia andaluza da mulher de Dinis Santiago, Mari de Carmen Navarro. A sua presença nesta casa é marcada pelo taptap no soalho: tão aficionada do baile que até dorme de sapatos, sempre preparada para um repente de salero que surja a horas tardias. Pela comida caliente torna-se próxima a Gervásio, e é ela a professora de Rosa Maria, ensinando-a a ler e escrever em “portunhol”.
El campo
de olivos
se abre y se cierra
como un abanico.
(…)
Paisaje, Frederico Garcia Lorca
Gervásio, o cocheiro
Gervásio é um “torna-viagem”, natural de Matozinhos, cidade do estado de Minas Gerais que possui um templo dedicado ao Senhor de Matosinhos. Popular, bem-disposto, amante da pinga e de caldo requentado, este trabalhador moço da Casa, com sentimentos em pleno viço, conhece bem o concelho, seus bailes e moças lavadeiras.
(…) Uma das causas, ou antes a causa da greve é que os cocheiros querem ser funccionarios públicos. Nem mais, nem menos. A sua pretenção é que a munici- palidade de Pariz se torne proprietária das tipóias de praça e que elles passem, portanto, a ser empre- gados municipaes, com ordenado e aposentação. Cada carruagem constituirá assim uma verdadeira repartição de que o cocheiro será, a todos os respeitos, o director geral. (…)
Ecos de Paris, Eça de Queiroz
Rosa Maria, a criada
Rosa Maria serve a família Santiago faz tempos, desde muito nova. A mãe dela é a cozinheira dos Santiago. Sabe ler e escrever por iniciativa da Senhora Maria Carolina, que a ensinou.
É indolente em algumas tarefas da casa mais meticulosas - como polir pratas e dispor a mesa do jantar. Atenta aos pormenores que se relacionam com a vida alheia, conhecida de muitas criadas de outras casas, desvenda a Dona Maria os mil e um detalhes do quotidiano da nobreza e burguesia de Leça.
(…) Tinha para isso muitas razões, dizia: dormia num cubículo abafado; ao jantar não lhe davam vinho, nem sobremesa; o serviço dos engomados era pesado; Jorge e Luísa tomavam banho todos os dias, e era um trabalhão encher, despejar todas as manhãs as largas bacias de folha; achava despropositada aquela mania de se porem a chafurdar todos os dias que Deus deitava ao mundo; tinha servido vinte amos e nunca vira semelhante despropósito! (…)
O Primo Basílio, Eça de Queiroz
Maria das Dores, a cozinheira
Maria da Dores é uma mulher do povo. Após ter sido mãe solteira, o Padre da Paroquia do Porto pediu à benemérita família de D. Carolina que a acolhesse dado que o destino da mesma não iria ser nada "feliz". Assim sendo D. Carolina a tomou como cozinheira da casa passando a integrar a criadagem da família.
Após o casamento de D. Carolina com João Santiago, Maria das Dores e sua filha Rosa Maria vieram juntamente com a família Santiago habitar a casa. Rosa Maria cresceu juntamente com Dinis Santiago embora separados pelo estatuto social da época.
D. Carolina gostava imenso de Maria das Dores, apesar de que, quando a mandava confecionar alguns cozinhados mais "grumete", especialmente quando vinham das viagens que faziam a vários países, ela arranjava sempre maneira de trocar a ementa sofisticada por um pernil assado, ou por um arroz com favas. A personagem irá destacar a família Santiago, mas também irá transmitir a diferença entre classes que existia no séc. XIX.
Os nobres e os burgueses
Casal D'Albuquerque, os amigos da família
Horácio e Carlota, assiduamente presentes nos encontros sociais, dos Santiago de Carvalho e Sousa, acompanharão os visitantes numa viagem pelas memórias do palacete, desvendando as suas características arquitetónicas e ornamentais.
Horácio Severino d'Albuquerque e a sua senhora Carlota Augusta, é um distinto casal da sociedade, oriundo de Tabuadelo- Guimarães.
Horácio era amigo das brincadeiras de infância de João Santiago, reencontram-se em Leça da Palmeira, quando o casal se mudou depois de perder todo o seu património à custa do vício do jogo de Horácio. Carlota uma mulher submissa, que tenta manter as aparências requintadas ao lado do seu marido, um homem austero, esconde um lado feminista e revolucionário, que marca as mudanças sociais do final do século XIX.
Nicola, o arquiteto
Nicola Bigaglia é veneziano e professor de modelação ornamental. Arquiteto decorador com horror ao vazio, conheceu João Santiago aquando da encomenda da Casa de Vila Franca, tendo mantido extensa correspondência com o seu cliente. A sua obra é sinónimo de fantasia determinada em harmonia, sendo o ecletismo o mote do seu carnaval.
(…) Aqui [em Portugal] importa-se tudo. Leis, idéias, filosofias, teorias, assuntos, estéticas, ciências, estilo, indústrias, modas, maneiras, pilhérias, tudo nos vem em caixotes pelo paquete. A civilização custa-nos caríssima, com os direitos da Alfândega: e é em segunda mão, não foi feita para nós, fica-nos curta nas mangas...
(…)
Os Maias, Eça de Queiroz
Joana Vasconcelos e Sousa, a amiga
A amiga futurista de Dona Maria Carolina vem de Paris dos anos 20. É moderna, sufragista e adepta do chique chique a valer. Conhece bem os meandros artísticos de Leça, nas artes plásticas e na literatura. Altiva e segura de si, uma verdadeira independente.
(…) Não sei, é verdade, se talvez as mulheres amem as revoltas. Não valemos mais que os homens, mas o poder não nos corrompeu ainda. (…)
A Comuna, Louise Michel
João Santiago de Carvalho e Sousa, o proprietário
Aristocrata minhoto, doutor em leis, político e monárquico convicto, considera-se o último grande romântico português, como o comprova a história de amor que viveu com Maria Carolina Magalhães, sua esposa. De espírito rebelde e guerreiro não enjeitava um bom duelo. Homem inteligente, culto e empreendedor, tem o rasgo de mandar construir a Casa de Santiago, em Leça da Palmeira, com o risco do célebre arquiteto italiano Nicola Bigaglia, embora sob sua orientação.
Ser espirituoso é metade de ser diplomata. (...) O espírito move tudo e não responde por coisa alguma: ele é a eloquência da alegria, e o entrincheiramento das situações difíceis: salva uma crise fazendo sorrir: condensa em duas palavras a crítica de uma instituição: disfarça às vezes a fraqueza de uma opinião, acentua outras vezes a força de uma ideia: é a mais fina salvaguarda dos que não querem definir-se francamente: tira a intransigência às convicções, fazendo-lhes cócegas: substitui a razão quando não substitui a ciência, dá uma posição no mundo, e, adoptado como um sistema, derruba um império. E, sobretudo pelo indefinido que dá à conversação, ele é a arma verdadeira da diplomacia.
Uma Campanha Alegre, Eça de Queiroz
Elenco
Mordomo Baptista: Joel Cleto
Criada Conchita: Ana Paula Costa
Criada Rosa Maria, amiga Joana Vasconcelos: Rute Alves
Cozinheira Maria das Dores: Fátima Parada
Cocheiro Gervásio, proprietário João Santiago, arquiteto Nicola Bigaglia: Luís Soares
Os D’Albuquerque: Fátima Barros, Fátima Parada
Visita Animada
Com o apoio de marionetas e adereços, esta visita faz-se brincando ao faz-de-conta, proporcionando interação entre o guia e os participantes
Público: até aos 6 anos; público com necessidades educativas especiais
Duração aprox. 45m.
Lotação:mín:10 participantes/ máx: 25 participantes
O Museu é + velho do que eu
Não temos meias antiderrapantes,
Temos uma casa elegante!
Onde não temos correrias,
Mas sim pinturas de diversas harmonias.
Esculturas e plantas num belo jardim
Jogos para ti, para mim,
E, para todos os que gostam de diversão,
Também temos oficinas de criação.
Aprender não está fora de questão,
Temos visitas com muita animação!
Vem celebrar a tua festa de anos no museu,
De certeza que é mais velho do que eu!
Celebração de aniversários num ambiente único, com envolvimento especial com a Casa e Jardim, a Família Santiago e suas histórias. Destinada a crianças entre os 6 e 12 anos, a festa inclui uma visita dramatizada ao Museu ou à Cascata Gigante e a realização de uma oficina à escolha do aniversariante. Através de visitas dramatizadas e da realização de oficinas, o Museu assegura a componente pedagógica no dia da festa.
Visita dramatizada ao Museu + ateliê no espaço Irene Vilar/jardim do Museu
Frequência com custo associado de €5.00 por criança (grupos até 25 crianças)
Frequência com custo associado de €6.00 por criança (grupos até 15 crianças)
Nota: o lanche deve ser providenciado pelos pais do aniversariante.
Público: dos 6 aos 12 anos.
Decorre aos sábados, das 10h às 13h ou das 15 às 18h
Limite máximo de participantes: 25. Limite mínimo de participantes: 10.
Informações e marcações: casadobosque@cm-matosinhos.pt
Aprender com Arte
Cursos intensivos em período de férias. Em formato de residência artística, as atividades sequenciais desenrolam-se num total de 3 a 5 dias (de acordo com a programação), e são vocacionadas para o desenvolvimento de conhecimentos nas artes plásticas e para a descoberta do património concelhio.
Público: Infantil e Juvenil.
Informações pelo email: casadobosque@cm-matosinhos.pt