Conteúdo atualizado em2024/06/2819:25
O panorama energético de Matosinhos é marcado por uma capitação energética superior à média nacional e da AMP-ND: cerca de 25,4 MWhef/hab face a 19,9 MWhef/hab de média nacional e 17,9 MWhef/hab da AMP-ND. Contudo nem todos os setores contribuem igualmente para este resultado, sendo que os edifícios de serviços são os que mais se distanciam da média nacional, com uma capitação em energia final que, salvo erro de informação estatística disponível, é mais de 120% superior. Os edifícios residenciais apresentam também uma capitação bastante superior à média nacional, com um valor 70% superior. Este panorama de elevada capitação energética é coerente com os indicadores macroeconómicos, nomeadamente um número elevado de empresas por 1000 habitantes (111,1) e uma concentração dos trabalhadores no setor terciário (75%). O setor dos transportes apresenta também uma capitação 18% superior à média nacional. Apesar de algumas grandes indústrias estarem instaladas no Município de Matosinhos, a capitação do setor é ligeiramente inferior à média nacional ao nível do uso de energia final.
Apesar de o Município de Matosinhos ser bastante industrializado, são os edifícios que se destacam como os maiores utilizadores de energia primária, representando estes cerca de 40% do total. Praticamente um terço do uso de energia primária nos edifícios de serviços diz respeito a gasóleo colorido e fuelóleo no comércio. Estes resultados mostram que efetivamente o Município tem atualmente uma presença muito marcada do setor terciário, em linha com os indicadores económico-demográficos.
Os setores da indústria e dos transportes aparecem praticamente iguais em termos de energia primária, representando pouco abaixo dos 30% cada um. Destaca-se na indústria o consumo da refinaria que representa, numa análise mais detalhada às matrizes do Município, cerca de um terço da eletricidade consumida pelo setor, quase 80% do gás natural e perto de 40% do setor. Destaca-se também o uso de fuelóleo em centrais de cogeração nas indústrias de alimentos, bebidas e tabaco bem como nas indústrias da madeira e cortiça, e que representam pouco mais de um quinto da energia primária usada no setor industrial.
O uso de energia primária per capita nos transportes apresenta-se 17% acima da média nacional. Contribui para esse facto a presença do porto de Leixões e diversas empresas de transporte de mercadorias, que se refletem num elevado peso do transporte pesado de mercadorias na repartição modal (cerca de 25%) do setor dos transportes imputado ao Município.
O peso da atividade das pescas, apesar de diminuto no âmbito do consumo total do Município, acaba por resultar num valor da capitação do setor primário do Município que é o dobro da média nacional.