Expressão artística de índole eminentemente popular, o artesanato exprime-se numa panóplia de motivos consequência das vivências dos artistas e do seu espírito criativo e inovador, duma necessidade premente em conceber arte num quadro de tranquila simplicidade.
Dar vida aos materiais inertes significa ser dotado de um condão muito particular em que a perceção do real e do imaginário se molda num objeto material que nos encanta pelo seu valor estético e pela sua individualidade, enquanto adorno pessoal, motivo de decoração para o lar, ou se revela de fundamental utilidade quotidiana.
Dar vida aos materiais inertes significa ser dotado de um condão muito particular em que a perceção do real e do imaginário se molda num objeto material que nos encanta pelo seu valor estético e pela sua individualidade, enquanto adorno pessoal, motivo de decoração para o lar, ou se revela de fundamental utilidade quotidiana.
Em Matosinhos, artesãos urbanos de todas as idades e saberes-fazer dedicam-se de forma muito pessoal a esta nobre atividade, que nos enche de orgulho e nos faz admirar o paciente labor de quem anima materiais tão simples como a madeira de samba, carvalho americano, mogno, teca, ou de toscas raízes de árvores, transformando-os em objetos de plena utilidade e dignos da nossa admiração.
Com técnicas muito pessoais, estas matérias-primas são transformadas em miniaturas de barcos de recreio, de pesca e em nós do seu cordame, em homenagem à graciosidade e elegância destas embarcações que evoluem no oceano vizinho, ou aos momentos de angústia e dor que jamais se apagam das gentes do mar. Dos mesmos materiais, com paciência e inspiração, nascem pequenos espigueiros, alfaias agrícolas, casas típicas, exemplares de antigos e atuais meios de transporte, coretos, carros de bombeiros, enfim, testemunhos da memória piscatória, rural e urbano-industrial desta terra em movimento.
Os materiais tradicionais, a lã e o linho, justificam a sua utilidade doméstica em humildes ou elaboradas passadeiras, carpetes e tapetes, estes também na qualidade de Arraiolos, símbolo da denúncia de que o artesanato de Matosinhos evolui pelo rejuvenescimento dos seus atores e das suas novas competências. Assim, na sua função decorativa, usa a pele de carneira em quadros, espelhos e candeeiros, o esmalte, as resinas, as marfinites e o gesso em molduras, espelhos, quadros, bijuterias e estatuária, entre outras peças decorativas na medida da imaginação dos seus intérpretes.
Conferindo utilidade objetiva às suas pulsões criativas, rochas como o granito e o xisto são utilizadas na conceção de artefactos para equipar a casa, resultando o trabalho do artesão em mobiliário com design único e personalizado, como mesas e estantes, desenvolvendo-se esta atividade como uma autêntica indústria caseira. Em pedaços de ardósia podem-se, ainda, encontrar inscritas frases alusivas ao amor e ao futebol, entre outros temas.
A escultura cerâmica, a pintura da porcelana e do azulejo integram, também, a produção artesanal matosinhense, mantendo esta uma tradição inculcada pela influência árabe no território peninsular. Em belos painéis de azulejos revivem-se episódios e figuras da história de Portugal, cenas da vida tradicional rural e piscatória, ou das imagens ainda bem presentes na nossa memória do labor industrial nas cidades e vilas portuguesas.
Ultrapassando a suave nostalgia das referências ao passado, uma nova geração de artesãos interiorizou novas técnicas e tecnologia produzindo bonitas peças de filigrana e joalharia em prata, como miniaturas de custódias, anéis e colares, autênticos hinos de paciência e arte, tal a meticulosidade do trabalho do artífice.
Tecidos variados e de cores garridas, envolvendo artisticamente simples pedaços de esponja, animam-se em lindos fantoches de elevado valor decorativo e de divertimento, que fazem as delícias das crianças e dos menos jovens, tal a graciosidade e irreverência que deles irradiam, reflexo da personalidade juvenil dos novos artesãos matosinhenses.
É assim o artesanato em Matosinhos; diversificado, criativo, inovador. Embora conservando muitos dos traços do passado, autênticas âncoras culturais desta terra secular, os seus artífices congregam na variedade dos artefactos que produzem a personalidade única de um concelho que pulsa ao ritmo dos desafios globais, mas que reflete nos seus valores e os eterniza nos saberes, competências e realizações das suas atuais gerações.
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Albino de Oliveira Lopes
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Ana Moreira
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António Augusto Carvalho Tomé
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Carlos Ribeiro / Carlos Alexandre
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Conceição dos Anjos Frutuoso
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Deolinda de Jesus Ramalho
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Ilídio Altino Ribeiro Maia
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Joaquim Neves
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Joaquim Torcato Silva Pombal
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José Adérito Barroso
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Conteúdo atualizado em2024/06/2818:22