Exposição atrai mais de 700 visitantes
O átrio dos Paços do Concelho expôs, durante mais de um mês, cerca de 60 peças de olaria oriundas da coleção de José Cristóvam Dias (1931-2014).
A família do fotógrafo decidiu doar ao arquivo da Câmara Municipal de Matosinhos uma coleção com cerca de três mil peças.
A coleção de olaria é composta por cerca de 2700 peças de cerâmica, bem como de algumas centenas de livros e publicações sobre olaria e artesanato em geral, monografias e obras sobre Matosinhos.
Cerca de 60 peças, entre as quais as bilhas de Estremoz, os presépios de Barcelos ou os pratos de São Pedro do Corval, integraram a exposição “Cristóvam Dias. Coleção de Olaria Portuguesa”, patente até ao passado dia 19 de junho. Mais de 700 pessoas visitaram a exposição de Cristóvam Dias.
Paralelamente à exposição decorreu, no passado dia 18 de junho, a conferência sobre “Oleiros e ceramistas: tradição na contemporaneidade”, que contou com 35 participantes no Auditório da Biblioteca Municipal Florbela Espanca.
Participaram como oradores os artistas Sofia Beça, Heitor Figueiredo, Delfim Manuel e Irmãos Baraça. A moderação esteve a cargo da historiadora Isabel Fernandes, especialista na temática do barro negro e com diversos trabalhos publicados nesta matéria.
Delfim Manuel, artesão conceituado e vencedor de diversos prémios nacionais, com oficina em Rebordões, concelho de Santo Tirso, abordou a importância da relação entre artista e colecionador, salientando a amizade que manteve com Cristóvam Dias, que o marcou profundamente. Revelou ser um artista minucioso e perfeccionista, que é capaz de passar meses a produzir uma só obra, característica pouco comum no artesanato nacional. Dada a valia das suas peças, é muito procurado por colecionadores, por isso só labora mediante encomenda.
Sofia Beça, artista portuense, é autora de esculturas, murais e painéis cerâmicos em Portugal e no estrangeiro. Expôs em Matosinhos (1998), em Espanha e no Japão, estando representada na coleção artística da Autarquia. É frequente viajar até à aldeia do Outeiro, Bragança, para cozer as suas peças em forno de lenha, local que considera funcionar como um refúgio. Apresentou um conjunto de vídeos sobre a evolução do seu trabalho de 1994 até à atualidade. Realçou o papel que os ceramistas Arcádio Blasco e Emídio Galassi tiveram no seu percurso.
Heitor Figueiredo, natural de Braga, mas radicado em Beja, onde foi fundador do Núcleo de Artes Visuais de Aljustrel, centrou a sua apresentação na mostra de uma panóplia de imagens sobre o seu trajeto artístico, marcado pela utilização inicial de moldes cerâmicos, pelo aproveitamento de materiais e pela pintura das peças. Posteriormente, procurou experimentar outras técnicas e materiais aliados à cerâmica, nomeadamente pedra, madeira ou prata.
Finalmente os Irmãos Baraça, Vítor e Moisés, realçaram a importância da sua avó Ana Baraça nos seus percursos, afirmando que dão hoje continuidade à obra iniciada pela mestre. Aliás, foi com ela que, desde muito jovens, deram os primeiros passos no ofício. Têm experimentado novas técnicas, feitios e temáticas, desenvolvendo traços identitários próprios. Vítor “Baraça” tem enveredado, por exemplo, pelas imagens de Cristos e pelas profissões. Já Moisés “Baraça”, o filho mais novo, alia o carácter tradicional, ao estilo da sua anciã, à criatividade e à inovação, trabalhos que já o levaram a participar em feiras e exposições de artesanato a nível nacional e internacional.
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