Junho é o mês dos santos populares. Todos os anos o Museu da Quinta de Santiago promove o Arraial da Cascata. Este ano não será exceção. Animação não faltou ao longo do dia de hoje.
As cascatas sanjoaninas são uma tradição muito antiga e uma derivação do presépio, com origem na cidade do Porto, onde alguns artesãos representavam, em miniatura, os principais locais da invicta, desde o morro da Sé até ao Rio Douro.
Em Leça da Palmeira esta tradição também está associada à celebração dos Santos Populares (Santo António, S. João e S. Pedro), em especial o S. João. Por esta altura do ano era comum as famílias construírem uma cascata com a representação dos lugares mais emblemáticos da freguesia. Para tal compravam os célebres bonecos de barro, na Feira da Louça do Senhor de Matosinhos. Com o passar dos anos, as cascatas começaram a ser cada vez maiores e mais pormenorizadas, graças à arte de artesãos como João Soares e José Moreira.
No Museu da Quinta de Santiago, em Leça da Palmeira, é possível apreciar a cascata de José Moreira.
Doada em 2010 à Câmara Municipal de Matosinhos, a cascata está exposta, desde então, permanentemente, nas instalações do edifício da Casa do Bosque.
A cascata impressiona pela sua dimensão, cerca de 15 metros quadrados, e pelo pormenor com que descreve a Leça da Palmeira dos anos 20/30 do século XX, época em que era uma importante estância de veraneio, frequentada por artistas, pela burguesia portuense e pela comunidade inglesa. As cerca de 300 peças e bonecos, algumas com movimento, presentes nesta obra, foram construídas com perícia, ao longo de décadas.
O programa do Arraial da Cascata incluiu visitas guiadas à cascata, jogos tradicionais, marchas populares e rádio arraial, atividades que contaram com a participação de 232 pessoas.
