segundo Paulo Cunha e Silva, a partir de trabalhos de Abel Salazar
Exposição Revisitar as Cores do Corpo segundo Paulo Cunha e Silva, a partir de trabalhos de Abel Salazar
13 de abril a 25 de maio
Casa-Museu Abel Salazar
Inauguração: 13 de abril, 18h00
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Revisitar as cores do corpo
É ainda, será sempre, com profundo abalo que recordamos a despedida abrupta de Paulo Cunha e Silva. A par de todas as suas qualidades pessoais, que os mais próximos certamente guardarão, deixou-nos uma cidade estruturalmente diferente no que toca à produção e disponibilidade para a cultura. Produto do trabalho incansável que realizou enquanto vereador da Câmara, não só com os principais espaços e instituições, mas com todos os agentes e meios culturais alternativos. A sua ambição de uma "cidade líquida", de um Porto iminentemente cultural, é hoje uma realidade para quem - como ele o fez - vive imerso no movimento fulguroso da Cidade Invicta.
Tal como Abel Salazar, Cunha e Silva acreditava numa cultura plural, catalisadora do crescimento económico e social. Uma cultura, longe de um papel secundário de entretenimento, responsável pelas mais profundas transformações sociais.
Antes de assumir a vereação da cultura, que lhe conferiu uma maior visibilidade, Paulo Cunha e Silva era já uma figura de relevo na área. Comissário das mais importantes instituições nacionais, programou e realizou diversos eventos, exposições, conferências, sendo também um dos principais responsáveis pela programação da Porto 2001 – Capital Europeia da Cultura.
É indispensável recordar Paulo Cunha e Silva, a figura e a obra. Mais do que a evocação, recordá-lo é assumir o compromisso de dar continuidade ao seu trabalho, revisitando-o.
Em 1989-1990, Cunha e Silva comissariou uma exposição e um ciclo de conferências, na Fundação de Serralves, com o objetivo de homenagear Abel Salazar no centenário do seu nascimento. “As cores do corpo”, partiu de uma conceção ampliada de corpo, um corpo transversal na sua significação plural: ao mesmo tempo artística, científica e filosófica.
Embora o corpo seja um claríssimo protagonista na obra artística de Abel Salazar, o conjunto de imagens levado a exposição fazia parte de um lado muito menos provável e conhecido do público geral. Um corpo “simultaneamente mais verdadeiro e científico por um lado e mais íntimo e oculto por outro lado”1, um corpo microscópico, histológico, das preparações de tecidos de Abel Salazar. Sujeitas ao dispositivo museológico as imagens ficaram suscetíveis a uma compreensão alargada, permitindo “percorrer Abel Salazar através da exaltação plástica do seu objeto científico – os tecidos orgânicos.”2
No contexto desta homenagem a Paulo Cunha e Silva, promovida pela Universidade do Porto, a Casa - Museu Abel Salazar propõe-se revisitar a exposição “As Cores do Corpo”, numa dupla e merecida homenagem a duas figuras ímpares, das quais somos eternos devedores.
João Sousa Pinto
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1 Cunha e Silva, Paulo (1990) - O Corpo no Museu. in As Cores do Corpo. Fundação de Serralves.
2 idem
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