Eleição e apresentação dos órgãos sociais
Ontem foi dado mais um passo na estratégia do Governo para promover a competitividade do setor ferroviário.
Foram aprovados, em assembleia-geral, os órgãos sociais da Associação Centro de Competências Ferroviário (CCF). José Carlos Barbosa foi eleito presidente da direção. A Câmara Municipal de Matosinhos está representada no Conselho Científico e Estratégico.
Com um orçamento previsto de 12 milhões de euros, o CCF ficará situado em Guifões, no parque oficinal da CP e envolve instituições, além da CP, como a Infraestruturas de Portugal, a Metropolitano de Lisboa, a Metro do Porto, o IAPMEI - Agência para a Competitividade e Inovação, a Associação da Plataforma Ferroviária Portuguesa, a Universidade do Porto, o Instituto do Emprego e Formação Profissional e a Câmara Municipal de Matosinhos.
O objetivo do CCF é posicionar “Portugal como uma referência na indústria ferroviária, no desenvolvimento de tecnologias e novos produtos, na formação de capital humano e de empresas nacionais e na aceleração de ideias, projetos e empresas com capacidade de internacionalização”.
A apresentação dos órgãos sociais do CCF contou ontem com a presença do Ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, do Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, do secretário de Estado Adjunto e da Economia, José Neves, do secretário de Estado das Infraestruturas, Jorge Delgado, entre outras personalidades.
Segundo José Barbosa, este novo projeto “será transversal a toda a ferrovia”. “Tudo começou quando o senhor ministro (Pedro Nuno Santos) afirmou a ferrovia como um desígnio nacional e pôs o país a falar da importância estratégica da ferrovia”. “O CCF será um agregador de parcerias, de procura de respostas inovadoras aos desafios do presente e do futuro. Será também uma incubadora de empresas. A sustentabilidade da ferrovia depende muito da qualidade dos seus técnicos. A formação, a ciência e a indústria, juntas, resolvem problemas, reduzem custos e permitem-nos exportar. Vivemos um tempo de oportunidades. Vivemos um tempo favorável à ferrovia”, adiantou.
Em representação da Presidente da Câmara de Matosinhos, Luísa Salgueiro, esteve a Vereadora do Desenvolvimento Económico, Comércio e Turismo, Marta Pontes. Luísa Salgueiro enviou, no entanto, uma mensagem de vídeo que foi exibida a todos os presentes. A edil abordou a importância da ferrovia para “atingir as metas de descarbonização” que Portugal assumiu e salientou que investimentos como este contribuem para “fixar os quadros técnicos necessários, trazer mais atividade económica e riqueza para o território”.
Já o Ministro das Infraestruturas e da Habitação lembrou que, “durante anos, a ferrovia foi abandonada”, mas que “não há outro meio de transporte, do ponto de vista ambiental, como o comboio” que só utiliza a energia elétrica.
“Também não se percebe como não se investiu num meio de transporte que substitui uma parte importante das importações. Precisamos de investir na ferrovia, em comboios, mas falta-nos produzir e vender. Se vamos investir na ferrovia, então que isso tenha consequências na economia. O futuro passa por diversificar a economia. Para sair da cepa torta é preciso produzir e vender cá dentro e depois começar a vender ao estrangeiro. Todos os países da União Europeia estão a investir na ferrovia. Temos de conseguir entrar neste setor. Precisamos de trabalhar em conjunto”, referiu Pedro Nuno Santos.
Recorde-se que a CP tem em curso um concurso para comprar 117 unidades automotoras elétricas, das quais 62 para serviços urbanos e 55 para serviços regionais.