No alto do Monte de S. Brás, em Santa Cruz do Bispo existe uma escultura incompleta, de grandes dimensões, que se tornou popularmente conhecida pela designação de Homem da Maça. Trata-se provavelmente da representação de algum antigo guerreiro ou herói mítico. Está acompanhada por uma outra escultura zoomórfica que parece representar um leão de traços fantásticos. A estátua, de traços um pouco frustes, apresenta uma figura com barba, couraça, cinturão e joelheiras. A escultura está deslocada do seu local original, em data incerta mas anterior ao século XVIII, na base do Monte de S. Brás junto a um poço de água. Esta estátua esteve durante muito tempo colocada na base do monte, junto à Capela de S. Sebastião, tendo sido transportada em 1955 para o local onde actualmente se encontra.
A interpretação desta figura tem sido bastante problemática e polémica, sendo que alguns autores a consideram um exemplar da estatuária provincial de época romana (talvez do séc. I d.C.), enquanto outros são de opinião que pertenceria aos conjuntos escultóricos que no séc. XVI decoravam a “Quinta dos Bispos”. No que se refere à escultura zoomórfica que a acompanha, parece tratar-se de uma obra medieval, apresentando grandes semelhanças com as bases dos sarcófagos medievais que ainda hoje podemos admirar na igreja do mosteiro de Leça do Balio.
Era costume em Janeiro ou Fevereiro de cada ano, pela romaria de S. Brás, abraçarem-se ao pescoço da estátua e, colocando-lhe flores, pedirem um rápido casamento. Os homens e casais tocavam-no para poderem ter filhos varões e em pagamento da promessa vertiam vinho na cabeça da estátua.