Escritor, economista, professor e jornalista português. Militante do Partido Republicano, exilou-se após o fracasso da revolta de 1891. Amnistiado, de regresso a Portugal, consagrou-se a estudos e ensaios políticos, sociais, económicos e históricos, recusando quaisquer cargos políticos e universitários. Deixou uma vasta obra, onde se destacam Do Ultimatum ao 31 de janeiro (1905), As Ditaduras (1907) e Memórias Políticas (publicação póstuma em 1969).
Basílio Teles nasceu no Porto no dia 14 de fevereiro de 1856 e morreu a 10 de março de 1923. Tendo concluído os estudos preparatórios, matriculou-se na Academia Politécnica e depois, em 1875, na Escola Médico-Cirúrgica, mas abandonou o curso devido a um conflito que teve com um professor. Lecionou as disciplinas de Literatura, Filosofia e Ciências Naturais, ao mesmo tempo que escrevia para alguns jornais políticos e literários, defendendo os ideais republicanos.
Filiado no Partido Republicano Português (PRP), Basílio Teles também fez parte do Clube de Propaganda Democrática do Norte e teve um papel muito importante na preparação da revolta de 31 de janeiro de 1891, o que o levou ao exílio. De volta a Portugal após uma amnistia e cheio de vontade de lutar contra a monarquia, fez parte do Diretório do PRP entre 1897 e 1899 e depois de 1909 a 1911.
Implantada a República a 5 de outubro de 1910, a Carbonária tentou que lhe fosse atribuída a pasta do Interior mas, por influência de Afonso Costa, foi indigitado para a pasta das Finanças. Basílio Teles não aceitou e por isso não tomou posse.
No entanto, não se afastou da vida política e chegou a apresentar um programa político, em 1911, em que proponha medidas tão polémicas como a reposição da pena de morte e o encerramento das escolas até serem totalmente reformadas pela República. O programa não foi aceite.
Basílio Teles acabou por se afastar da vida política, sem nunca deixar de defender os seus ideais. Recusou um convite para tomar posse como Ministro da Guerra a 15 de maio de 1915.
Conhecido como um dos grandes intelectuais portugueses do seu tempo, deixou várias obras publicadas nas áreas da História e da Economia entre as quais: O Problema Agrícola, Estudos Históricos e Económicos, Introdução ao Problema do Trabalho Nacional, Do Ultimatum ao 31 de janeiro, Figuras Portuguesas e Memórias Políticas, estas duas últimas editadas depois da sua morte, para além da sua colaboração em diferentes jornais e revistas políticas e literárias.