Última biografia da escritora em destaque no passado mês de abril em Matosinhos
Faleceu esta segunda-feira Agustina Bessa-Luís, aos 96 anos, no Porto, vítima de doença prolongada. O Governo português decretou amanhã dia de luto nacional.
Maria Agustina Ferreira Teixeira Bessa nasceu a 15 de outubro de 1922, em Vila Meã, em Amarante.
Publicou o primeiro romance em 1948, intitulado “Mundo Fechado”. Desde então, escreveu mais de meia centena de obras. O reconhecimento chegou com o romance “Sibila” (publicado em 1953 e distinguido com o Prémio Delfim Guimarães e Prémio Eça de Queiroz).
Muitas das suas obras foram adaptadas ao cinema pelos realizadores Manoel de Oliveira e João Botelho. Agustina Bessa-Luís assinou várias peças de teatro e guiões para televisão.
Foi diretora do diário “O Primeiro de Janeiro” (1986-1987) e do Teatro Nacional de D. Maria II, cargo que ocupou desde 1990 até 1993.
Foram vários os prémios com que foi galardoada ao longo da sua vida: a Ordem de Sant'Iago da Espada (1980), o grau “Officier de l'Ordre des Arts et des Lettres” (1989, pelo Governo francês), o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores (1983 e 2002), o Prémio Vergílio Ferreira (2004) e o Prémio Camões (2004), entre outros.
Recorde-se que, ainda no passado mês de abril, a Biblioteca Municipal de Florbela Espanca acolheu Isabel Rio Novo, autora da última biografia de Agustina Bessa-Luís, “O Poço e a Estrada”, no âmbito do Plano Municipal de Leitura de Matosinhos.
Também no ano passado, Augustina Bessa-Luís foi uma das personalidades da região cujo retrato integrou a exposição “Retratos 1970-2018” de Alfredo Cunha, na Galeria Municipal de Matosinhos.
Em 1997, Agustina Bessa- Luís assinou um dos textos do livro “Porto de Mar: Fotografias de Alfredo Cunha”, prefaciado por Mário Soares, a propósito da construção do Porto de Leixões.
Aliás, curiosamente, o seu avô materno – Lourenço Guedes Ferreira – cuja biblioteca a inspirou a escrever- viveu em Matosinhos. Engenheiro dos Caminhos de Ferro, Lourenço Guedes Ferreira ganhou a concessão dos trabalhos do Porto de Leixões.
As palavras da escritora integraram ainda o livro editado em 2007 pela Câmara Municipal “Óscar Lopes, Um Homem Maior do que o seu Tempo”, que reuniu textos de várias personalidades por ocasião das comemorações do 90º aniversário daquele escritor e ensaísta nascido em Leça da Palmeira.
A Câmara Municipal de Matosinhos preparava-se este ano para integrar o projeto do Círculo Literário Agustina Bessa-Luís, de produção de um filme partir do texto de Agustina Bessa-Luís “As Estações da Vida” (Quetzal Editores – 2002). Com realização de Tomás Baltasar, o filme que se baseia nas memórias da escritora das viagens de comboio, faz referência a vários locais do Concelho de Matosinhos como a Estação de Leça do Balio, o Mosteiro de Leça do Balio ou a Estação de São Mamede de Infesta.
*Fotos: Retratos que integraram a exposição “Retratos 1970-2018” de Alfredo Cunha, que esteve patente na Galeria Municipal de Matosinhos.
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