José João Martins de Pinho, o “Conde do Alto Mearim”, nasceu em Matosinhos em 1849 e morreu em Paris em 1900. Aos 14 anos emigrou para o Brasil, principiando a sua vida como empregado de escritório e ascendendo em breve a gerente de uma importante firma comercial. O tempo que a sua atividade comercial lhe deixava livre consagrava-o ao engrandecimento e prestígio das instituições portuguesas de beneficência e culturais, estabelecidas no Rio de Janeiro, prestando também auxílio e apoio aos seus compatriotas ali fixados.
Para tal fundou o Banco de Crédito Real e, em estreita colaboração com os Conselheiros Mota Machado e Mayrink, fundou também o Banco Construtor, que se tornou um dos mais importantes estabelecimentos de crédito do Brasil, a ponto de a primeira Assembleia Geral realizada deliberar oferecer, em reconhecimento de tão grande serviço prestado, com a sua criação, uma avultadíssima soma àqueles seus três fundadores.
Essa quantia foi destinada por sua sugestão, em duas parcelas iguais, ao Liceu Literário Português e à criação de um Asilo para crianças indigentes, sem distinção de nacionalidade.
A primeira daquelas instituições beneficiadas, tornou-se, graças a tão avultada dádiva, uma das principais fontes de instrução popular do Rio de Janeiro.
Outras instituições com a Caixa de Socorros de D. Pedro V, o Gabinete Português de Leitura, a Beneficência Portuguesa, etc., ficaram a dever muito à sua generosa ação.
Em Portugal, foi deputado em três legislaturas pelo círculo de Santarém e nomeado par do Reino em 1898, foi fidalgo-cavaleiro da Casa Real […]. Possuía as medalhas de ouro do Liceu Literário Português, de honra da Caixa de Socorros de D. Pedro V e humanitária da Sociedade Portuguesa de Beneficência.
Foi agraciado por D. Pedro II, Imperador do Brasil em 1880 com o título de Barão de Alto Mearim, por ser esta a povoação brasileira onde nascera sua mãe.
Em Portugal foi agraciado com o título de Conde de Alto Mearim por decreto de D. Carlos em 1891. Em Matosinhos foi protetor da extinta Real Confraria de S. Salvador, tendo criado o Liceu Alto Mearim, polo dinamizador da instrução e cultura, até à sua morte.