José Augusto de Almeida Cayolla nasceu no ano de 1932 e morreu em Matosinhos no ano de 1998. Personalidade ligada ao teatro, iniciou a sua carreira em 1957, como aluno da escola do Teatro Experimental do Porto, com António Pedro e Augusto Gomes. Assistente do primeiro, entre 1959 e 1962, completou a sua formação no The Bristol Old Vic Theatre school, uma das mais conceituadas escolas de teatro inglesas, como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian. Durante a sua estadia inglesa (1962/1964), frequentou e concluiu o curso de Encenação, aí dirigindo a peça Yerma de Federico Garcia Lorca.
Assistente de William Gaskil na formação de atores do National Theatre e colaborador da BBC, regressou a Portugal onde continuou a sua carreira teatral. Colaborou com a Rádio Comercial, assinando o programa de crítica José Cayolla Fala de Teatro. Dirigiu e encenou o Teatro Experimental do Porto.
Abandonando o TEP para assumir a direção executiva do Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica colaborou, ainda, com a escola de teatro da Seiva Trupe.
Encenou para o Círculo Portuense de Ópera e a sua última produção, em pleno café Majestic, teve como base o texto corrosivo de Jonathan Swift, A Modest Proposal, ao qual o biografado deu o sugestivo título de: Como acabar com a Fome na Irlanda… ou em qualquer outro país produtor de carne de porco.
À data da sua morte, dirigia o Auditório Nacional de Carlos Alberto, cargo para o qual fora nomeado em 1988.
Que lhe ficamos a dever? nós, esta sociedade de novo afunilada na Cultura e nessa coisa assustadora que é o teatro independente e interventor?
A dimensão de José Cayolla tem-se relevado com o passar do tempo depois da sua morte, valoriza-se sempre que refletimos sobre a sua ação, a sua personalidade, o que fez e - forçosamente - o que o impediram de fazer.
José Cayolla não foi o único na luta por uma visão outra das coisas, combatendo o sistema da mediocridade e os seus arautos. Mas a missão que ele escolheu torna irrecusável o exemplo de um percurso, de uma vida dedicada ao Teatro.