Joaquim Maria Blanco de Sousa O poeta Jorge Condeixa, natural de Matosinhos, adotou o pseudónimo «Jorge», por identificação «visual e sentimental» com a personagem homónima de Os Fidalgos da Casa Mourisca, de Júlio Dinis; e «Condeixa», pelo deslumbre dos «maravilhosos salões» do palácio do mesmo nome, que encantou no autor «os olhos do corpo e do espírito». Desta forma, conclui: «foi assim que, dominado por tão elevado sentir e majestosa elegância, aliei as duas profundas emoções, escolhendo-as por seu exemplar valor humano e alto sentido estético, para meu pseudónimo literário».
Personalidade propensa à solidão, alma de místico, misantropo, interiorizado, espectador de si próprio mais que dos outros, foi o autor de Leça da Palmeira e António Nobre e Do Molhe Norte ao Farol da Boa Nova, separata do Boletim Cultural da Câmara Municipal do Porto. Como obras de igual relevância destacamos, ainda, Intimidade (1955), Mar Alto (1956) e Fogo de Magnésio (1975). Insatisfeito e por vezes desesperançado com a fugaz passagem da vida, a sua poesia exprime estados de alma onde a inquietação e a melancolia se fundem e confundem numa rica imaginação plástica e onde a noite, o mar, a natureza, a distância e a saudade ocupam lugares de relevo.
A sua obra, amplamente desconhecida e deficientemente divulgada, entra na galeria dos poetas tristes, com longa tradição em Portugal, na esteira de Bernardim Ribeiro e de Cristóvão Falcão.