Presidente da Câmara Municipal de Matosinhos 1958/1970
Fernando Pinto de Oliveira nasceu em Leça da Palmeira a 15 de setembro de 1911 e morreu no dia 1 de março de 1975. Frequentou o Instituto Superior de Agronomia da Universidade Técnica de Lisboa, onde em 1938 se licenciou como Engenheiro Agrónomo, tendo apresentado como dissertação final do curso um pormenorizado trabalho efetuado nos Laboratórios do Instituto dos Vinhos do Porto, intitulado “Subsídios Para o Estudo das Substâncias Azotadas, nos Vinhos do Porto” e publicado nos Anais deste instituto em 1942.
Também prestou serviço militar e de 1943 a 1950 desempenhou diversas funções públicas relacionadas com o seu curso. Em 1950, entrou para a Câmara Municipal de Matosinhos para vereador do então Presidente Dr. Fernando Aroso, tendo ocupado a presidência da Comissão Municipal de Turismo, onde exerceu uma ação relevante, criando o Posto de Turismo, no Mercado de Matosinhos, onde além de outras atividades se realizaram exposições de arte permanentes.
Ocupou também o cargo de vice-presidente, tendo sido leal adjunto de Fernando Aroso, o que fez com que após a morte deste, muito naturalmente fosse nomeado, por escolha governamental, para o cargo de Presidente da Câmara Municipal de Matosinhos.
Se ao Dr. Fernando da Hora Aroso podemos atribuir a pavimentação a cubos de granito das principais estradas do concelho, ao Eng.º Fernando Pinto de Oliveira devemos atribuir uma série de melhoramentos na vertente turística, estando ainda hoje a sua obra como edil à vista dos olhos de todos, sendo algumas delas visitadas por estrangeiros e nacionais que aqui se deslocam para as admirar.
Estamos a falar, nomeadamente, da Casa de Chá da Boa Nova, da Piscina de “Marés”, devendo-se-lhe, ainda, a aquisição das Quintas da Conceição, de Santiago e o Parque de Campismo de Angeiras.
Contudo, o grande sonho do Eng.º Pinto de Oliveira era o de tornar os terrenos a Norte do Farol da Boa Nova numa zona de lazer, eventualmente, num campo de “golf” municipal; por isso, logo que soube que o governo de então aí ia instalar uma empresa petrolífera, na altura chamada Sacor, partiu para Lisboa numa derradeira tentativa de evitar a destruição do planalto da Boa Nova. Não conseguiu demover a inabalável decisão do governo.
Perante a insistência governamental, aceitou a Sacor, mas recusou-se a assistir à sua inauguração, o que talvez lhe tenha valido a não renovação do mandato, deixando assim a Câmara em 1970, após doze anos de brilhante serviço à sua terra com total dedicação.