Escultura da famosa violoncelista portuguesa, oferecida pela Associação dos antigos alunos da Confraria do Bom Jesus de Matosinhos. Com a sua técnica, posição e sonoridade revolucionou a expressão musical do violoncelo. Foi a primeira mulher violoncelista, no seu tempo, a tornar-se famosa no meio musical português e e europeu. «Nasceu no Porto em 1885, filha do professor de violoncelo, Augusto Suggia, mas veio residir ainda na infância para Matosinhos, quando o pai, a convite da Santa Casa da Misericórdia é convidado para o cargo de professor nas escolas da localidade. É em Matosinhos, na Rua do Godinho, que Guilhermina se inicia nas aulas de violoncelo, sob as orientações de seu pai. E é também em Matosinhos, no ano de 1892, aos 7 anos de idade, que se apresenta ao público, no salão da então distinta Assembleia de Matosinhos, causando grande assombro no público. Após este concerto, seguir-se-ão outros: no Clube da Foz, no Teatro Gil Vicente, no Grémio de Matosinhos, no Clube de Leça, e em todas as temporadas artísticas do Orpheon do Porto, sempre com as melhores críticas. Fruto do seu forte empenho, talento e personalidade, será agraciada aos dezassete anos, pelo rei D. Carlos, com uma bolsa para continuar os seus estudos no Conservatório de Leipzig, onde teve como mestre Julius Klengel. Esta oportunidade de aprofundamento do que já havia aprendido com seu pai e com Pablo Casals, seu mestre, colega e durante algum tempo, companheiro de vida (até 1913), permite-lhe conhecer os grandes músicos europeus da altura, alargar horizontes e tornar-se na primeira e mais famosa violoncelista europeia do seu tempo, com uma carreira imparável de concertos por todas as grandes salas e teatros da Europa: Inglaterra, Bélgica, Holanda, Itália, Suíça, França, Espanha, Escandinávia, Rússia, Alemanha e nas grandes salas de Portugal, fazendo vibrar o público, entusiasmado com as suas interpretações. A sua carreira no estrangeiro só será interrompida durante a Segunda Guerra Mundial, dedicando-se Suggia, então já esposa do Dr. Carteado Mena, médico do Porto, ao ensino do violoncelo em Portugal. Regressará depois aos palcos no estrangeiro. Em 1950 regressa a Portugal e morre na sua casa do Porto, na Rua da Alegria, 665. Texto adaptado da obra 15 Tesouros de Matosinhos: 500 anos do foral [1514-2014], Câmara Municipal de Matosinhos