Não perca as próximas leituras encenadas nos jardins da Biblioteca
Em 2020, o Ciclo “Salvé a Língua de Camões” apresenta-se num formato diferente, apostando numa programação itinerante por vários equipamentos culturais de Matosinhos.
Habitualmente realiza-se no Museu da Quinta de Santiago, mas para esta 16ª edição, a Câmara Municipal de Matosinhos decidiu levar as leituras encenadas também a outros locais como a Biblioteca Municipal Florbela Espanca, a Galeria Municipal ou o Teatro Municipal de Matosinhos- Constantino Nery, assegurando sempre o cumprimento de todas as regras da Direção-Geral da Saúde no âmbito do combate à pandemia por COVID 19.
O Ciclo “Salvé a Língua de Camões”, recorde-se, resulta de uma parceria com a Companhia de Teatro Reactor e tem como objetivo a defesa e difusão da Língua Portuguesa, através de leituras dramatizadas de autores e poetas novos e consagrados da literatura portuguesa e lusófona.
No próximo dia 17 de julho, pelas 21h30, caso as condições meteorológicas assim o permitam, irá realizar-se nos jardins da Biblioteca Municipal Florbela Espanca a leitura do texto “Entrevista Compulsória” da autoria do dramaturgo, argumentista e encenador brasileiro Fabio Brandi Torres.
Vencedor por duas vezes do prémio de Melhor Autor do Festival de Teatro Curta/SESI, foi três vezes nomeado como o Melhor Autor para o Prémio Coca-Cola FEMSA de Teatro Jovem (com “A Matéria dos Sonhos”, “Ciranda das Flores” e “Pandolfo Bereba”). Recebeu ainda uma nomeação para o Prémio Shell, como Melhor Autor, por “O Mata-Burro”.
Como argumentista, Fabio Torres colaborou nas novelas Seus Olhos (SBT) e Paixões Proibidas (BAND/RTP), e na sitcom #PartiuShopping (Multishow). Em 2018, assinou o argumento do documentário “Inezita”, para a TV Cultura.
Os seus textos foram apresentados em Portugal, Espanha, Estados Unidos, Alemanha e Cabo Verde. É ainda fundador da Cia Prosa dos Ventos, que trabalha com espetáculos teatrais e conta histórias para o público infantojuvenil desde 2001.
A leitura encenada de “Entrevista Compulsória” estará a cargo de Sónia Carvalho e Eduardo Morais. O texto centra-se numa escritora reclusa, condenada por um crime e é sentenciada a dar uma entrevista, coisa que mais detesta na vida. A entrevista acaba por se transformar num jogo do gato e do rato, cheia de armadilhas.
No dia 31 de julho, à mesma hora e no mesmo local, será a vez de “Vamos cantar com os grilos”. Trata-se de um texto de 2018 da dramaturga portuguesa Cecília Ferreira.
Com várias obras publicadas, venceu com “A Acompanhante”, de 2013, o Grande Prémio do Teatro Português Teatro Aberto (Sociedade Portuguesa de Autores, em 2013, INCM e Sociedade Portuguesa de Autores, em 2014).
Cecília Ferreira é um dos membros fundadores da Companhia “Teatro a Quatro”, onde exerce funções de atriz, encenadora e dramaturga, e, desde junho de 2011 que integra o projeto “Teatro para Bebés”.
Em “Vamos cantar com os grilos”, as atrizes Fátima Maganinho e Ana Paula Alves interpretam uma mãe e uma filha, numa relação conturbada e marcada pelo ódio.
Em junho, o “Salvé a Língua de Camões” apresentou, no Museu Quinta de Santiago, as leituras encenadas “Saudade”, de Leo Lama, e “Caim”, de Dione Carlos.
“Saudade” é uma história de amor entre duas mulheres e foi escrita há 20 anos em Tomar. Leo Lama, nascido em S. Paulo, em 1964, escreveu para teatro, realizou programas de televisão, tendo ainda editado livros com os seus textos.
Destaque para o Prémio Mambembe de revelação do ano de 1989 e o Prémio Moliére de melhor autor no mesmo ano. Em 1996, fundou o Centro de Criatividade Teatro Real.
“Caim”, de Dione Carlos, é um texto inspirado na obra com o mesmo título de José Saramago, adaptado aos tempos atuais. Caim é uma espécie de celebridade, narrando a sua viagem pela eternidade, lidando com o castigo que Deus lhe impôs: a imortalidade.
Dione Carlos é uma dramaturga formada pela SP Escola de Teatro e tirou o curso de Jornalismo na Universidade Metodista de São Paulo.
É orientadora artística do Núcleo de Dramaturgia da Escola Livre de Santo André e dramaturga convidada do projeto Espetáculo da Fábrica de Cultura da Brasilândia.
Possui 15 textos encenados, publicações em revistas, sites e coletâneas de dramaturgia. Foi convidada pela Embaixada do Brasil na Grécia para representar o Brasil no Dia Internacional da Língua Portuguesa, no Museu da Acrópole, em Atenas, em maio de 2019.
Lançou seu primeiro livro em 2017, denominado “Dramaturgias do Front”, com três peças. Em 2019, integrou a publicação Dramaturgia Negra, com o texto “Ialodês”, escrito para a Cia Capulanas de Arte Negra.
Fotografias:
Margarida Magalhães - "SAUDADE"
Francisco Magalhães - "CAIM"
Edição:
Adarsha Gavião