Sessão dupla de leituras encenadas no exterior da Biblioteca
O jardim e a escadaria da Biblioteca Municipal Florbela Espanca foram o cenário escolhido para uma sessão dupla de leituras encenadas, na passada sexta-feira, no âmbito do Ciclo “Salvé a Língua de Camões”.
Este projeto, recorde-se, resulta de uma parceria da Câmara Municipal de Matosinhos com a Companhia de Teatro Reactor e tem como objetivo a defesa e difusão da Língua Portuguesa, através de leituras dramatizadas de autores e poetas novos e consagrados da literatura portuguesa e lusófona.
Habitualmente realiza-se no Museu da Quinta de Santiago, mas para esta 16ª edição, a Câmara Municipal de Matosinhos decidiu levar as leituras encenadas também a outros locais como a Biblioteca Municipal Florbela Espanca, a Galeria Municipal ou o Teatro Municipal de Matosinhos- Constantino Nery, assegurando sempre o cumprimento de todas as regras da Direção-Geral da Saúde no âmbito do combate à pandemia por COVID 19.
“Entrevista Compulsória”, da autoria do dramaturgo, argumentista e encenador brasileiro Fabio Brandi Torres, foi um dos trabalhos apresentados em formato de leitura encenada, com a participação de Eduardo Morais e de Sónia Carvalho e encenação de William Gavião.
O texto centra-se numa escritora reclusa, condenada por um crime e é sentenciada a dar uma entrevista, coisa que mais detesta na vida. A entrevista acaba por se transformar num jogo do gato e do rato, cheia de armadilhas.
No início da sessão, foi feita uma ligação vídeo com Fabio Brandi Torres. Vencedor por duas vezes do prémio de Melhor Autor do Festival de Teatro Curta/SESI, foi três vezes nomeado como o Melhor Autor para o Prémio Coca-Cola FEMSA de Teatro Jovem (com “A Matéria dos Sonhos”, “Ciranda das Flores” e “Pandolfo Bereba”). Recebeu ainda uma nomeação para o Prémio Shell, como Melhor Autor, por “O Mata-Burro”.
Como argumentista, Fabio Torres colaborou nas novelas Seus Olhos (SBT) e Paixões Proibidas (BAND/RTP), e na sitcom #PartiuShopping (Multishow). Em 2018, assinou o argumento do documentário “Inezita”, para a TV Cultura.
Os seus textos foram apresentados em Portugal, Espanha, Estados Unidos, Alemanha e Cabo Verde. É ainda fundador da Cia Prosa dos Ventos, que trabalha com espetáculos teatrais e conta histórias para o público infantojuvenil desde 2001.
Seguiu-se a leitura de “Vamos cantar com os grilos”, um texto de 2018 da dramaturga portuguesa Cecília Ferreira, que, pela primeira vez, foi levado a cena.
As atrizes Fátima Maganinho e Ana Paula Alves interpretaram uma mãe e uma filha, numa relação conturbada e marcada pelo ódio. A encenação foi da responsabilidade de William Gavião.
A autora esteve na sessão e conversou com o público no final.
Com várias obras publicadas, Cecília Ferreira venceu com “A Acompanhante”, de 2013, o Grande Prémio do Teatro Português Teatro Aberto (Sociedade Portuguesa de Autores, em 2013, INCM e Sociedade Portuguesa de Autores, em 2014).
Cecília Ferreira é um dos membros fundadores da Companhia “Teatro a Quatro”, onde exerce funções de atriz, encenadora e dramaturga, e, desde junho de 2011 que integra o projeto “Teatro para Bebés”.
Em agosto, o “Salvé a Língua de Camões” regressa ao Museu Quinta de Santiago. No dia 14, pelas 21h30, haverá a leitura dos textos “Tudojunto Sepa rado” e “Vem a mim”, de Lisa Reis (Cabo Verde).
No dia 28, também às 21h30, será a vez da apresentação de “Os Dias de Birgitt”, da autoria de Mário Lúcio de Sousa (Cabo Verde).
Fotografia: Francisco Magalhães / Edição de Imagem: Adarsha Gavião