Filme sobre a recriação da lenda de Cayo Carpo
A Praça Guilherme Pinto, em Matosinhos, foi o cenário escolhido para a apresentação do filme “Matosinhos e a Origem da Vieira de Santiago”.
Concebido e narrado pelo historiador Joel Cleto, e realizado por Luís Morais, o filme, com oito minutos de duração, apresenta a recriação da lenda de Cayo Carpo na Praia de Matosinhos. Foi produzido pela ANCIMA – Associação para a Animação da Cidade de Matosinhos, no âmbito da candidatura “Redes de Património e Caminhos em Ano Xacobeo 2021”, apoiada pelo programa Norte 2020.
Com este filme promocional de oito minutos, pretende-se reforçar a importância de Matosinhos e a sua associação a um dos mais importantes ícones dos Caminhos de Santiago de Compostela – a vieira.
Corria o ano de 44 d.C., um vasto areal no lugar de Bouças (designação, até ao início do século XX, do atual concelho de Matosinhos), conhecido como a Praia do Espinheiro, é o local escolhido pelo grande senhor romano e pagão da região, Cayo Carpo, para realizar as festas do seu casamento com a jovem Claudia Loba.
Durante as festividades, o noivo desafia os restantes cavaleiros para uma corrida invulgar de cavalos: venceria quem conseguisse entrar mais longe mar adentro. Para surpresa de todos, o cavalo de Cayo Carpo avança, desenfreado, sobre as águas sem se afundar. Dirige-se para um barco, em pedra, que passa ao largo transportando o corpo de Santiago da Palestina até à Galiza. Perante o milagre que presenciou, Cayo Carpo converte-se ao cristianismo. Engolidos pelas águas do mar, cavaleiro e cavalo reaparecem no areal completamente cobertos de vieiras, convertidas, a partir daí, num dos símbolos de Santiago. Também se diz que Cayo Carpo surgiu completamente “matizadinho” de vieiras e, por esse motivo, passou a ser conhecido como o “Matizadinho” na praia do “Matizadinho”- topónimo que evolui, nos séculos seguintes, para Matosinhos.
A lenda, recorde-se, serviu de inspiração para o friso escultórico, da autoria de João Cutileiro, na fachada do edifício dos Paços do Concelho e para o painel de azulejos de Júlio Resende, na Sala das Sessões Públicas, ambos datados de 1987.
Além da apresentação do filme, a sessão contou com a representação ao vivo de algumas das cenas da lenda de Cayo Carpo. Presente no evento esteve o Vereador da Cultura e presidente da ANCIMA, Fernando Rocha.