Debate nacional sobre a importância da indústria para a reinvenção da economia
“Vivemos um momento extraordinário da nossa vida pessoal e coletiva. A crise tocou-nos a todos. Tivemos que responder às várias dificuldades que foram surgindo com a pandemia.
A construção de uma Unidade de Cuidados Intensivos em Matosinhos em 20 dias, a criação de um ventilador pelo CEiiA em 45 dias ou a criação de uma plataforma de deteção molecular e mutação do vírus pelo CIIMAR são apenas três exemplos de como Matosinhos soube reagir em tempo recorde.
A nossa reação à COVID 19 faz-nos encarar o futuro pós-pandemia com esperança e otimismo”, afirma Luísa Salgueiro.
A edil falava na sessão de abertura da conferência “A Fábrica do Futuro”, que decorreu esta manhã no Terminal de Cruzeiros de Leixões, numa parceria da autarquia com o Grupo Lionesa e SIC/Expresso.
Cerca de 30 convidados, dos setores público e privado, assistiram ao debate, moderado pelo jornalista e subdiretor de informação da SIC, Bernardo Ferrão, sobre a importância da indústria na reinvenção da economia, sobretudo num cenário de crise provocado pela pandemia por COVID 19.
Entre as várias presenças, destaque para as do Secretário de Estado da Economia e Transição Digital, André de Aragão Azevedo, do Vice-presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Fernando Rocha, do administrador do Grupo Lionesa, Pedro Pinto, do presidente da AEP, Luís Miguel Ribeiro, do CEO da Dott, Gaspar D’ Orey, e do professor catedrático e ex-presidente do ISEG, João Duque, entre outras personalidades.
O teletrabalho, a adaptação das empresas às novas tecnologias, o crescimento do e-commerce, o papel da União Europeia na recuperação da indústria, a excessiva dependência do estrangeiro, as dificuldades de financiamento das empresas junto da banca, foram alguns dos assuntos abordados.
Destaque também para a apresentação do livro “A Fábrica”, que conta com fotografias de Luís Ferreira Alves, textos históricos de Joel Cleto e design de João Machado.
Apresentada por Carlos Coelho, presidente da Ivity Corp Brand, a obra apresenta a história da extinta Fábrica de Tecidos de Seda Lionesa, inaugurada em 1944.
Em 2002 foi transformada em Centro Empresarial Lionesa, atraindo empresas nacionais e estrangeiras, nomeadamente nas áreas das tecnologias e serviços partilhados
Atualmente, 112 empresas, entre as quais a Oracle, Farfetch, eDreams, Vestas, Klockner Pentplast e Hilti, movimentam cerca de cinco mil pessoas, de 30 diferentes nacionalidades, num espaço de 48 mil metros quadrados.
A Lionesa tem em curso um ambicioso plano de expansão. Até 2025, irá mais do que duplicar a área bruta locável para 110 mil metros quadrados e acolher mais de dez mil pessoas.
O projeto contempla a criação de um parque verde e de lazer com cinco hectares, projetado pelos arquitetos Siza Vieira e Sidónio Pardal, a reabilitação do Mosteiro de Leça do Balio, a construção de um hotel, "serviced apartaments", uma escola internacional, empresas e outros conceitos na área do desporto e lazer.
Depois da apresentação do livro, seguiu-se a intervenção do Secretário de Estado da Economia e Transição Digital, André de Aragão Azevedo, que falou sobre o papel do digital e o seu contributo na coesão territorial e na retoma económica.
A conferência “A Fábrica do Futuro” terminou com a atuação de Rui Reininho, vocalista dos GNR, que apresentou um tema inédito intitulado "Rota da Sede", dedicado à indústria, ao território, às empresas e às pessoas.