Doadas obras de Francisco Melo e Jorge Gigante
O acervo dos arquitetos Francisco Melo e Jorge Gigante foi hoje doado à Casa da Arquitectura.
O contrato de doação foi assinado por Francisco Melo e pelos herdeiros de Jorge Gigante e, pela parte da Casa da Arquitectura, pelo seu diretor executivo, Nuno Sampaio. A cerimónia de assinatura do contrato contou com a presença do Vereador da Cultura da Câmara Municipal de Matosinhos, Fernando Rocha.
Jorge Gigante (1919- 1994) licenciou-se em arquitetura em 1958 pela Escola Superior de Belas Artes do Porto. Trabalhou como consultor das Câmaras Municipais de Albergaria-a-Velha, Ílhavo, Maia e Ovar, e como arquiteto na APDL (Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo). Depois do 25 de Abril, foi nomeado Comissário do Governo para a Renovação Urbana da Área Ribeira-Barredo (CRUARB), no Porto, cargo que exerce entre 1975 e 1976.
Paralelamente ao exercício da atividade como arquiteto e urbanista, foi professor da Escola Superior de Belas Artes do Porto e Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto.
Francisco Melo nasceu em 1930 e cruzou-se com Jorge Gigante no curso de arquitetura da Escola Superior de Belas Artes do Porto.
Ainda durante o curso, colaborou nos gabinetes de alguns arquitetos de referência, entre os quais João Andersen. Estagiou na SOMER- Sociedade Metropolitana de Construções. Já depois do 25 de abril, integrou a equipa SAAL- Serviço Ambulatório de Apoio Local de Ovar, liderada por Domingos Tavares.
Em 1956, Francisco Melo e Jorge Gigante constituíram um gabinete conjunto, no Porto, que, durante anos foi local de formação de muitas gerações de arquitetos como Manuel Correia Fernandes, José Quintão, Domingos Tavares, Manuel Mendes, José Manuel Gigante, Pedro Mendo, Conceição Melo ou João Álvaro Rocha.
Entre as várias obras que Francisco Melo e Jorge Gigante criaram, destaque para as centrais telefónicas dos TLP (Telefones de Lisboa e Porto), a ampliação da Central Telefónica do Bonfim ou da Central Telefónica de Arcozelo, as cooperativas de Mafamude (Gaia) e Cohaemato (Matosinhos), ou a ampliação do Centro Social da Sé do Porto, junto às escadas dos Guindais.
A apresentação do acervo doado esteve a cargo do Professor Domingos Tavares, antigo colaborador, que recordou o processo de trabalho de “grande entendimento” entre Francisco Melo e Jorge Gigante.
Também Nuno Sampaio salientou “a ação formativa do escritório” e a “qualidade do trabalho que marcou as nossas cidades de uma forma muito positiva”.
Constituído por peças desenhadas, peças escritas e uma vasta coleção de fotografias, o acervo abrange a atividade dos dois arquitetos desde o final da década de cinquenta até ao início dos anos 90.
Do acervo fazem parte 152 projetos de várias tipologias: central telefónica (31), urbanismo (22) habitação unifamiliar (21), serviços/comércio (19), habitação coletiva 815), equipamento (15), indústria (8) e hotelaria (5).
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