Chopin e Fernando Lopes-Graça na Real Vinícola
O estúdio da Orquestra Jazz de Matosinhos voltou a receber este sábado mais um concerto inserido no ciclo de piano do programa Música em Matosinhos.
Chegou, assim, a vez do pianista Pedro Burmester trazer a música clássica ao quarteirão da Real Vinícola num recital onde as peças de Chopin e Fernando Lopes-Graça estiveram em destaque.
Pedro Burmester deu vida e emoção a um conjunto de pequenas peças de Chopin. Os 24 prelúdios constituíram, à época, um desafio da ordem musical vigente e ao preconceito então existente relativamente às formas musicais mais breves.
Recorde-se que foi no inverno de 1838, para fugir ao clima húmido de Paris, que Frédéric Chopin viajou para a ilha de Maiorca com a escritora George Sand, com a qual mantinha um romance. Foi durante essa estada em Valldemossa que o compositor escreveu a maior parte dos “24 Preludes, op.28”, que Pedro Burmester interpretou neste terceiro recital do ciclo de piano do programa Música em Matosinhos.
Mas antes da interpretação integral dos prelúdios, a primeira parte do recital foi preenchida pela “Sonata nº3” de Fernando Lopes-Graça. Vencedora, em 1952, do primeiro prémio de composição do Círculo de Cultura Musical (que Lopes-Graça ganhou por quatro vezes), a “Sonata nº3” é consequência de um período que o compositor dedicou ao estudo e valorização da música tradicional portuguesa, sendo presença regular nos mais recentes concertos de Pedro Burmester.
O músico tem 54 anos e cresceu numa família de artistas. Terminou o curso superior de Piano com 20 valores, no Conservatório do Porto, e tornou-se professor na Escola Superior de Música da mesma cidade.
Iniciou a atividade concertística aos 10 anos de idade e, desde então, já se apresentou ao público mais de mil vezes, entre recitais a solo e de música de câmara, e concertos com orquestra, em Portugal e no estrangeiro. Participou em todos os festivais de música portugueses. No estrangeiro são de realçar as apresentações em La Roque d’Anthéron, Salle Gaveau, Festival de Flandres, Frick Collection e 92nd Y em Nova Iorque, Filarmonia de Colónia, Gewandhaus de Leipzig, Casa Beethoven em Bona e Concertgebouw em Amesterdão. Foi Diretor Artístico e de Educação na Casa da Música, projeto que ajudou a criar e a implementar. Para além da sua atividade artística, é professor na Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo (ESMAE) no Porto.
O ciclo de piano prossegue já no dia 25 de maio com Artur Pizarro e a interpretação de peças de Luís de Freitas Branco, Armando José Fernandes e Fernando Lopes-Graça. Em junho, no dia 15, Luís Pipa apresenta obras de Mozart, Beethoven, Óscar da Silva e Astor Piazzolla. Já a 22 de junho, Marta Meneses toca peças de Beethoven, Chopin, Vianna da Motta e Franz Liszt, enquanto o pianista e compositor Vasco Dantas encerra o ciclo no dia 29 com a interpretação de criações de Ravel, Debussy, Freitas-Branco e Liszt, entre outros.
Recorde-se que o programa de música erudita da Câmara Municipal de Matosinhos já se realiza há mais de uma década, incluindo também um ciclo de Música de Câmara e um ciclo de Quarteto de Cordas.
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