Uma figura incontornável da arte portuguesa
O artista plástico Júlio Pomar morreu esta terça-feira aos 92 anos no Hospital da Luz, em Lisboa. Desde muito cedo, com um grande empenho social e político, Júlio Pomar tornou-se uma figura fundamental da arte portuguesa.
Júlio Pomar nasceu em 1926, em Lisboa. Frequentou a Escola de Artes Decorativas António Arroio e as Escolas de Belas Artes de Lisboa e Porto. Instalou-se em Paris em 1963. Vinte anos depois regressou a Lisboa, e passou a dividir a vida e o trabalho artístico entre as duas cidades.
Pintor e escultor, Júlio Pomar é considerado um dos criadores de referência da arte moderna e contemporânea portuguesa.
O artista deixa uma obra multifacetada que percorre mais de sete décadas, influenciada pela literatura, a resistência política, o erotismo e algumas viagens, como a Amazónia, no Brasil.
Tornou-se um dos artistas mais conceituados do século XX português, com uma obra marcada por várias estéticas, do neorrealismo ao expressionismo e abstracionismo, e uma profusão de temáticas abordadas e de suportes artísticos experimentados.
A obra foi dedicada sobretudo à pintura e ao desenho, mas realizou igualmente trabalhos de gravura, escultura e ´assemblage´, ilustração, cerâmica e vidro, tapeçaria, cenografia para teatro e decoração mural em azulejo.
Em 2004, foi condecorado pelo então Presidente da República, Jorge Sampaio, com a Ordem da Liberdade.
Em 2013, abriu o Atelier-Museu Júlio Pomar, instalado num edifício em Lisboa, perto da residência do artista, com um acervo de cerca de 400 obras.
As obras, doadas pelo artista à Fundação Júlio Pomar, incluem pintura, escultura, desenho, gravura, cerâmica, colagens e 'assemblage'.
Em Matosinhos, Júlio Pomar colaborou com a autarquia em alguns projetos. Em finais de 2007, o artista assinalou o seu regresso ao norte do país, 60 anos depois de ter realizado a sua primeira exposição individual na antiga Galeria Portugália, no Porto, em 1947, com a exposição intitulada “Fundação Júlio Pomar: primeira escolha", que esteve patente na Galeria Municipal de Matosinhos até janeiro de 2008.
Esta mostra de Júlio Pomar em Matosinhos reuniu 66 obras, realizadas entre 1946 e 2005, revelando a profícua circulação de temas e motivos nas diferentes técnicas e suportes utilizados na obra do artista: da pintura à escultura, passando pelo desenho, colagem, serigrafia e assemblage.
Na exposição esteve ainda presente "Estrada Nova", uma obra marcante do período neorrealista do pintor, recentemente localizada, depois de ter sido exposta apenas no ano em que foi realizada (1946), bem como a obra "Tereza", um retrato apresentado na XIII Bienal de São Paulo de 1975, que foi vista pela última vez em 1978.
Na Galeria Municipal de Matosinhos teve-se, assim, uma rara oportunidade dada ao Norte do país de acompanhar um dos percursos artísticos com maior longevidade e pertinência no panorama contemporâneo nacional e internacional.
A Câmara Municipal de Matosinhos expressa a sua profunda consternação pela perda de um dos maiores nomes da arte em Portugal, endereçando as mais sentidas condolências à sua família.
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