A lenda de Cayo Carpo, que terá estado na origem do nome de Matosinhos e da utilização das vieiras pelos peregrinos dos Caminhos de Santiago, volta a ser recriada durante o próximo fim-de-semana.
Estamos no ano 44 d.C.. Toda a Ibéria está ocupada pelos romanos e a praia junto à foz do rio Leça não é exceção. É aí que se prepara a festa do casamento do palaciano Cayo Carpo com a nobre Cláudia Lobo. Os homens entretêm-se fazendo corridas a cavalo quando a montada de Cayo Carpo entra pelo mar adentro sem que o cavaleiro consiga detê-la. Volta apenas algum tempo depois: o romano traz as vestes cobertas de conchas e vem convertido ao Cristianismo.
A lenda de Cayo Carpo – cujas vestes “matizadinhas” de vieiras terão dado origem ao topónimo Matosinhos e explicarão o uso daquelas conchas pelos peregrinos dos Caminhos de Santiago – volta a ser reconstituída entre 3 e 5 de junho, junto à praia do Titã, na já habitual feira romana que não deixará de fazer lembrar as aventuras de Astérix e Obélix. As legiões farão a sua primeira aparição pelas 17 horas de sexta-feira, com o cortejo da Lusitânia para receber o cônsul, e só abandonarão o recinto no domingo depois de o sol se pôr.
Durante os quase três dias que dura o regresso de Matosinhos ao tempo dos romanos, a recriação histórica da lenda de Cayo Carpo acolherá uma feira de artesanato de todo o império, a reconstituição do casamento de Cayo e Cláudia, combates de gladiadores, um mercado de escravos, pantomineiros, banquetes e ateliês para os romanos mais pequenos, tudo acompanhado por músicos e bailarinas de todo o império. A entrada no recinto é gratuita, benefício que poderá ser devidamente agradecido a César ou aos deuses (Baco incluído).
O evento não deixará, claro, de invocar o momento em que Cayo Carpo e o seu cavalo encontraram no alto mar a barca de pedra onde viajavam os restos mortais de São Tiago a caminho de Compostela. A lenda, cuja representação gráfica decora a fachada e a sala de sessões dos paços do concelho de Matosinhos, terá ainda estado na origem da conversão precoce desta parte da Ibéria ao Cristianismo.
A evocação da lenda de Cayo Carpo, considera o presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Guilherme Pinto, constitui “uma forma de manter vivo o património imaterial que é o cimento vivo da comunidade de Matosinhos, ligada desde os tempos mais remotos ao mar e à marinhagem, mas também à história da cristianização da Península Ibérica”.
Consulte aqui o programa da Lenda do Cayo Carpo
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