Debates, música, exposições e lançamento de livros a não perder na Biblioteca Municipal Florbela Espanca de 8 a 11 de maio.
70 anos volvidos do final da II Guerra Mundial que marcou a Europa e o Mundo, “Conflito, ontem e hoje” é o mote para a edição 2015 do festival “LeV Literatura em Viagem”.
A influência da escrita na cicatrização das feridas da guerra e da identidade e os conflitos, pessoais ou criativos, nos dias de hoje, serão alvo de reflexão.
A conferência inaugural, marcada para as 21h30 do dia 8 de maio, será da responsabilidade do ex-Presidente da República, Jorge Sampaio, no Salão Nobre dos Paços do Concelho.
O programa conta com nove mesas redondas sobre os mais diversos temas:
“Os conflitos interiores”, “Entre o latido e o miado: conflitos ancestrais”, “O mal não é um lugar-comum”, “Ao Longe Tudo é Claro”, “O individualismo é o sonho do mal”, “Escrever, marchar”, “Os conflitos ideológicos” e “O conflito ajuda à criatividade?”.
Richard Zimler, Kim Young-Há, Paolo Giordano, Paloma Díaz-Mas, Tessa de Loo, Cătălin Dorian Florescu, Marc Pastor, Llucia Ramis, Artur Domoslawski, Joan Miquel Oliver, Pedro Abrunhosa, Luís Represas, Gonçalo M. Tavares, Francisco José Viegas, Rui Tavares, Joel Neto, Dulce Maria Cardoso, Rui Cardoso Martins, Rui Vieira Nery e João Pereira Coutinho serão os oradores convidados.
Além dos debates, haverá uma entrevista a Mário Cláudio a propósito dos conflitos que se geram durante uma vida literária, conduzida pela jornalista Maria João Costa.
Com uma edição mais alargada (de três para quatro dias), o LeV desloca-se este ano a Lisboa, a 11 de maio, na Fundação José Saramago, para a apresentação do livro “Olhares sobre a História da Música em Portugal” de Jorge Alexandre Costa.
Além das mesas redondas, a nona edição do LeV inclui a exposição “Colofón” de 500 capas de livros portugueses do século XX no Museu da Quinta de Santiago e a exposição “A Viagem- Retratos” de Pedro Loureiro na Galeria Municipal.
Estão igualmente previstos os lançamentos dos livros “A Invenção da Vida” de Lourença Baldaque, “A Raiz do Mundo” de Francisco Ribeiro Rosa e “Viagens Pagãs” de Fernando Dacosta, um concerto do Quarteto de Cordas de Matosinhos e, no âmbito do projeto LeVzinho, encontros com os autores Marta Madureira e Sebastião Peixoto em várias escolas do Concelho.
Consulte o programa:
Sexta-Feira
17.00 | Colofón
500 capas de livros portugueses em exposição no Museu da Quinta de Santiago. Exposição que apresenta a história do design gráfico e da ilustração em Portugal ao longo do século xx, a partir de uma seleção de 500 capas de livros.
21.30 | Conferência inaugural — Jorge Sampaio
Sábado
11.00 | Apresentação de A Invenção da Vida, de Lourença Baldaque e A Raiz do Mundo, de Francisco Ribeiro Rosa (Verso da História)
15.00 | Apresentação de Viagens Pagãs, de Fernando Dacosta (Parsifal)
15.30 | Os conflitos interiores
Como se retrata uma pessoa, uma comunidade, um povo? É possível passar ao papel uma identidade individual ou coletiva? Em que medida os tormentos interiores determinam o que acontece na esfera pública?
Convidados: Artur Domoslawski e Cătălin Dorian Florescu
Moderação: Luís Ricardo Duarte
Nota: Sessão em língua inglesa, com tradução simultânea
16.15 | Entre o latido e o miado: conflitos ancestrais
Cães e gatos estão condenados a desentender-se ou é a literatura capaz de reconciliá-los? No papel, os ódios ancestrais serão suavizados? Depois da morte das ideologias, o mundo divide-se entre cat persons e dog persons?
Convidados: Paloma Díaz-Mas e Tessa de Loo
Moderação: Sérgio Almeida
Nota: Sessão em língua inglesa, com tradução simultânea
17.00 | O mal não é um lugar-comum
Há sempre algo de espetacular no Mal. Como dizia Tolstói, «somos infelizes cada um à sua maneira» e na infelicidade não há espaço para o cliché. Será esta a razão de existirem poucos romances felizes? O mal é um conceito ultrapassado na sociedade 2.0, ou ainda temos a capacidade de nos impressionarmos?
Convidados: Joel Neto, Llucia Ramis e Marc Pastor
Moderação: Pedro Marques Lopes
Nota: Sessão em língua espanhola
18.00 | O individualismo é o sonho do mal
Há quem defenda que o inferno são os outros e que a felicidade se encontra na autonomia pura. Em que medida é este mantra do individualismo meio caminho andado para o conflito, numa sociedade marcada pela cultura televisiva e pelo triunfo do descartável? O culto do eu faz de nós seres humanos piores?
Convidados: Kim Young-Ha e Paolo Giordano
Moderação: António Reis
Nota: Sessão em língua inglesa, com tradução simultânea
21.30 | «Ao longe tudo é claro»
Moçambique, Timor, Cuba ou Brasil são alguns dos destinos que marcaram a carreira de Luís Represas. É sobre a importância da viagem e o papel da música num conflito, como o timorense, que se centrará a conversa com o autor de «Feiticeira» ou «125 azul». Pontuada pela interpretação de alguns temas acústicos, a conversa terá ainda espaço para falar da relação do músico com a literatura, quer na composição de temas para poemas de Florbela Espanca e David Mourão-Ferreira, quer como autor de histórias infantis.
Convidado: Luís Represas
Moderação: Tito Couto
Domingo
15.30 | Escrever, marchar
As trincheiras onde se move a literatura: será a literatura a continuação da política por outros meios? A ficção pode mais do que a identidade política, geográfica, de classe?
Convidados: Gonçalo M. Tavares e Francisco José Viegas
Moderação: Pedro Vieira
16.15 | Entrevista: Quantos conflitos se geram durante uma vida literária?
Convidado: Mário Cláudio
Moderação: Maria João Costa
16.50 | Os conflitos ideológicos
Esquerda e direita são conceitos obsoletos ou nunca foi tão importante falar de uma e outra fação política? O conflito político faz a sociedade avançar ou, como diria Shakespeare, trata-se de «muito barulho por nada»?
Convidados: João Pereira Coutinho e Rui Tavares
Moderação: Pedro Vieira
17.35 | Sessão de encerramento: O conflito ajuda à criatividade?
A criatividade pressupõe luta? O artista é livre de criar ou tem sempre de escolher uma trincheira: de gosto, de estilo, de género? A criação é um produto do conflito interior?
Convidados: Joan Miquel Oliver, Pedro Abrunhosa e Richard Zimler
Moderação: Tito Couto
18.30 | Quarteto de Cordas de Matosinhos
O Quarteto de Cordas de Matosinhos (QCM) é agora um dos ECHO Rising Stars, e como tal realiza em 2014-15 uma digressão nalgumas das mais importantes salas europeias, como o Barbican em Londres, o Concertgebouw em Amesterdão e o Muzikverein em Viena. Criado através de uma iniciativa da Câmara Municipal de Matosinhos e aclamado como um «caso singular de excelência no panorama musical português» (Diana Ferreira, Público, 2010), o QCM estabeleceu-se como um conjunto de referência em Portugal, apresentando-se na maioria dos festivais e salas de concerto nacionais, e colaborando também com alguns dos mais destacados músicos portugueses, tais como Pedro Burmester, António Rosado, Miguel Borges Coelho, António Saiote, Paulo Gaio Lima e Pedro Carneiro.
Segunda-feira
Sessão em Lisboa — Fundação Saramago
18.30 | Apresentação de Olhares sobre a História da Música em Portugal (Verso da História, 2015)
Apresentação do vereador Fernando Rocha e do coordenador da obra Jorge Alexandre Costa
Olhares sobre a História da Música em Portugal pretende oferecer ao público-leitor uma leitura abrangente e articulada das diferentes épocas da história da música erudita produzida e rececionada em Portugal ao longo da sua história. Uma obra exemplar, escrita por cinco personalidades incontornáveis no campo de estudo das ciências musicais na atualidade (os musicólogos Manuel Carlos Brito, Rui Vieira Nery, Paulo de Ferreira de Castro, Manuel Pedro Ferreira e Luísa Cymbron), que preenche um vazio do saber neste domínio. Um contributo há muito esperado tanto por profissionais quanto por meros amantes da música.
19.00 | Que conflitos para o século xxi?
Quais as lutas que vão marcar este século e que papel pode desempenhar a escrita? Vivemos sobretudo numa época de conflito interior?
Convidados: Dulce Maria Cardoso e Rui Cardoso Martins
Moderação: Pedro Vieira
LeVzinho
Encontro com os autores Marta Madureira e Sebastião Peixoto nas escolas concelho.
Exposição
A Viagem — Retratos, Pedro Loureiro
Através da fotografia, Pedro Loureiro constrói leituras particulares dum universo de retratos tirados em várias latitudes. Este universo contém uma narrativa que eleva os retratados a personagens, protagonistas dos seus dramas e tragédias. Nesta exposição, para além das histórias contadas, da expressividade da fotografia e da aprendizagem do documentário, há o olhar de quem usa a câmara como substituto da escrita.