A cerimónia pública de anúncio do vencedor do prémio Fernando Távora ocorreu na noite de ontem, dia 1 de abril, no Salão Nobre dos Paços do Concelho e contou com uma conferência apresentada pelo Professor Investigador Alexandre Quintanilha, elemento do Júri, com o tema “A viagem como esboço na busca do conhecimento”.
O Prémio é organizado pela Ordem dos Arquitetos - Secção Regional do Norte (OASRN) em parceria com a Câmara Municipal de Matosinhos e a Associação Casa da Arquitetura (ACA), contando com o patrocínio da AXA Seguros.
Atribuído anualmente, este prémio é uma homenagem ao arquiteto Fernando Távora e é constituído por uma bolsa de viagem no valor de 6.000 euros para a melhor proposta de viagem de investigação.
Na mesa estiveram o Presidente da Câmara, Dr. Guilherme Pinto, o Vereador da Cultura, Fernando Rocha, o Presidente do Júri, Professor Alexandre Quintanilha, o Presidente do Conselho Diretivo Nacional da ordem dos arquitetos, arquiteto João Belo Rodeia e o Presidente OASRN, arquiteto José Fernando Gonçalves.
Na 7ª edição, o prémio foi atribuído a Paulo Moreira, com o trabalho “Exploratório Urbano da Chicala: Um percurso alternativo pela topografia pós-colonial de Luanda, Angola” (7ª edição).
Domus-fortis in Æquator: A segunda vida da casa-torre de origem Europeia no antigo Estado da Índia é o título do projeto de estudo das casas-torre (domus-fortis) de origem portuguesa nos territórios daquele estado, mas também no Sri Lanka e em Timor Leste, que valeu ao arquiteto Sidh Mendiratta o prémio da 8ª edição do Prémio Fernando Távora.
Na apresentação do seu projecto, Sidh Mendiratta enunciou o objetivo de “comprovar a disseminação e averiguar o papel matricial na estruturação e ordenamento dos respetivos territórios e ainda estudar a sua evolução comparando-a com a sua congénere europeia, à luz das diferentes mentalidades e culturas do habitar desenvolvidas pelas sociedades de origem portuguesa nesses mesmos territórios”. Um programa que convenceu o júri (composto pelos arquitetos Jorge Figueira, Nelson Mota (nomeado pela Casa da Arquitetura), Ana Cristina Machado (em representação da OASRN) e Clemente Menéres Semide, designado pela família do arquiteto Fernando Távora), que unanimemente pôs em evidência “a consistência, clareza e ambição, que permitirá o reconhecimento da cultura portuguesa, numa faceta menos explorada, num quadro geocultural alargado”.
De ascendência indiana e luso-alemã, Sidh Daniel Losa Mendiratta nasceu no Porto, em 1977. Frequentou a Oporto British School e ingressou no Departamento de Arquitetura da Universidade de Coimbra em 1995, mas passou depois para a Faculdade de Arquitetura do Porto, onde terminou o curso (2005) com uma prova sobre O Convento dos Agostinhos de Velha Goa: memórias de um levantamento. Pelo meio (2001-02), frequentou o Goa College of Architecture, na Índia, como estudante free-mover.
Sidh Mendiratta realizou o estágio profissional no Atelier 15, no Porto, dos arquitetos Alexandre Alves Costa e Sergio Fernandez. Volta à Índia em 2006, para colaborar no projeto de investigação ligado ao Departamento de Arquitetura da Universidade de Coimbra, Bombaim antes dos ingleses, coordenado pelos professores Walter Rossa e Paulo Varela Gomes.