Debate assinala Dia Internacional da Memória Trans
As questões da identidade de género estão hoje em debate e reúnem no Salão Nobre dos Paços do Concelho, no âmbito do Dia Internacional da Memória Trans, profissionais, técnicos e estudantes das áreas sociais oriundos de vários pontos do país.
Ao longo do dia, serão abordados temas relacionados com as questões de saúde, bem como as propostas legislativas atualmente em discussão, nomeadamente a possibilidade de autodeterminação das pessoas transgénero, deixando de ser necessário um relatório médico para a mudança de nome no registo civil.
Organizado pela Associação Plano i em parceria com a Câmara Municipal de Matosinhos, o Seminário sobre as Questões Trans conta com a participação de 21 oradores e pretende, além de homenagear as pessoas transexuais e transgénero que faleceram devido ao preconceito e à intolerância, constituir-se como uma chamada de atenção para a violência que diariamente afeta a comunidade.
Criada em 2005, a Associação Plano i visa dar resposta a um amplo conjunto de questões sociais atuais, nomeadamente as relacionadas com a desigualdade, a discriminação, a violência, a exclusão e a pobreza. No início deste ano, em parceria com a autarquia, a Associação Plano i abriu um espaço no edifício “Antiga Câmara”, na Rua Brito Capelo, para a instalação do centro de atendimento “Centro Gis”.
O Centro Gis, criado em memória de Gisberta, a transexual assassinada no Porto em 2006, pretende dar resposta aos problemas sociais, jurídicos e psicológicos da população LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais).
Na sessão de abertura do seminário, Sofia Neves, presidente da associação Plano i, recordou que importantes passos foram dados no sentido da igualdade de género, mas “ainda estamos a uma penosa distância” do que seria desejável. “É um problema que é de todos e de todas e que urge resolver”, disse.
Também a Presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Luísa Salgueiro, considerou que ainda há um longo caminho pela frente, mas que o município de Matosinhos tudo vindo a trabalhar em rede de forma a “construir um território inclusivo”. Aliás, o esforço da autarquia nesta área foi realçado pela Secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade. “A Câmara de Matosinhos é já uma referência nacional nas políticas de promoção da igualdade. Os municípios devem trabalhar com quem sabe. O Centro GIS é muito mais que um serviço, é um grito contra o preconceito, é uma homenagem a todas as vítimas da nossa cobardia coletiva. As pessoas Trans são um dos grupos mais descriminados e excluídos da nossa sociedade. Urge, por isso, informar para combater o preconceito. A lei 7/2011 foi um passo gigante no nosso país, mas ainda é preciso melhorar o regime de identidade de género”, defendeu Rosa Lopes Monteiro, lembrando a elevada taxa de tentativas de suicídio neste grupo (40% nos homens Trans e 20% nas mulheres Trans).
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