Preocupada com a importância da visão na aprendizagem escolar, na comunicação com o meio envolvente e na sua compreensão e conhecimento, a Câmara Municipal de Matosinhos levou a cabo, entre março e junho deste ano, um rastreio oftalmológico em todas as escolas públicas do 1º Ciclo do Ensino Básico.
O rastreio, em parceria com a ColorADD, a Unidade Local de Saúde de Matosinhos, os Lions Clube da Senhora da Hora e de Leça da Palmeira e a Opticália, visou o levantamento de dificuldades de visão e de casos de daltonismo, no âmbito do Plano Municipal de Saúde.
Existem no mundo cerca de 350 milhões de pessoas daltónicas. 10% da população mundial masculina é daltónica.
A não distinção das cores é uma anomalia que cria dificuldades no dia-a-dia na escolha de vestuário, sinalização rodoviária, leitura de rótulos de produtos e medicamentos.
Para responder às necessidades destas pessoas, o designer Miguel Neiva criou um Sistema de Identificação de Cores para Daltónicos, designado por Código ColorADD, que através da associação de um sistema de símbolos e associações que identificam as cores, procura garantir a integração do público daltónico em todas as situações em que a cor for um fator determinante na identificação, comunicação, orientação ou escolha.
Este código e a sua implementação nos mais diversos domínios permitem que a pessoa daltónica tenha independência aquisitiva, melhor integração social, aumentando assim o seu sentimento de autoconfiança e bem-estar.
Os resultados do rastreio foram apresentados hoje, Dia Mundial da Visão, numa sessão que contou com a presença do Presidente da Câmara Municipal, Guilherme Pinto, do Vereador da Educação, António Correia Pinto, e da Vereadora da Ação Social, Lurdes Queirós.
Guilherme Pinto defendeu que “as dificuldades visuais ou o daltonismo têm um grande impacto no aproveitamento escolar dos alunos”.
Este projeto abrangeu um total de 1248 alunos. O rastreio identificou 30 crianças daltónicas (28 do sexo masculino e duas do sexo feminino), uma percentagem inferior à estatística de referência mundial. O levantamento permitiu ainda concluir pela elevada incidência de outras dificuldades visuais, mais comuns entre as raparigas (21%) do que nos rapazes (16%).
Para Lurdes Queirós, “este projeto faz a diferença na vida destas crianças”. Assim, este rastreio irá realizar-se ao longo dos três próximos anos letivos. “Este projeto deve continuar. É um investimento no futuro das nossas crianças”, concluiu Correia Pinto.