Conferência “Mobilidade e Arquitetura” na Casa da Arquitectura
Eduardo Souto de Moura, Manuel Aires Mateus e José Arménio de Brito Cruz juntaram-se hoje na Casa da Arquitectura - Centro Português de Arquitectura, em Matosinhos, para debaterem a mobilidade na arquitetura.
A conferência “Mobilidade e Arquitetura - Pensar a Cidade para a Mobilidade”, integrada no VII Congresso Ibérico de Mobilidade e Energia, contou com a participação da Presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Luísa Salgueiro.
No debate moderado pelo diretor executivo da Casa da Arquitectura, Nuno Sampaio, José Armênio de Brito Cruz, Presidente da SP – Urbanismo da Cidade de São Paulo (Brasil), adiantou que diariamente 11 dos 14 milhões de pessoas entram e saem da cidade de São Paulo. Para lidar com esta situação, defende a revisão da matriz da mobilidade urbana, abrangendo três áreas: a pedestre, a do transporte rodoviário e a do transporte público.
Um dos exemplos que deu foi a intervenção que a Avenida Paulista sofreu em 2009. O seu piso foi transformado, dando lugar à calçada portuguesa, o que motivou o encerramento daquela artéria aos domingos à circulação automóvel e à possibilidade de 100 mil pessoas ali circularem livremente.
José Arménio recordou ainda os efeitos das manifestações que decorreram no Brasil em 2013 pelo direito à cidade baseado na mobilidade. Uma das mudanças prende-se com a implementação no ano seguinte dos eixos de estruturação urbana, no Plano Diretor Municipal de São Paulo. Uma das preocupações é a elevada taxa de desemprego que afeta 14 milhões de cidadãos brasileiros. Um dos eixos apresentados prevê a descentralização da oferta de emprego para aproximar o emprego da casa/habitação.
Já o arquiteto Eduardo Souto de Moura, vencedor do Prémio Pritzker de 2011, falou da sua experiência enquanto coordenador da rede de Metro do Porto.
“São as infraestruturas que promovem a alteração física das cidades. As cidades eram estáticas. O metro foi o motor dessa alteração urbanística. A mobilidade é o que gera a transformação das cidades. O metro é um motivo para se alterar a cidade. Foi uma oportunidade para se criar o saneamento, para se plantarem novas árvores, para se criarem novos jardins e praças, novas infraestruturas. Esta transformação urbana deu uma valorização aos terrenos. Onde antes não existia nada, agora existem urbanizações”, explicou Souto de Moura.
Por sua vez, o arquiteto Manuel Aires Mateus, vencedor do Prémio Pessoa 2017, considerou que “a mobilidade não é feita de um sistema, mas de vários sistemas ao mesmo tempo”. O arquiteto referiu a evolução das cidades e a sua articulação com os vários meios de circulação, sem esquecer as novas tendências como os transportes partilhados.
Aliás, a este propósito, a Presidente da Câmara Municipal de Matosinhos referiu, a título de exemplo, os projetos de bike sharing e Living Lab em curso em parceria com o CEiiA.
“Matosinhos é um Concelho muito atrativo e cresceu demograficamente. O desafio que temos agora pela frente é a convivência desses novos moradores, com os novos espaços que construímos, com o trânsito. Queremos garantir a qualidade de vida às pessoas, mas também a sustentabilidade a pensar nas futuras gerações”, salientou a edil que encerrou a sessão.
Além de Luísa Salgueiro, estiveram ainda presentes na conferência o Vice-presidente da Autarquia, Eduardo Pinheiro, os vereadores Fernando Rocha, António Correia Pinto, José Pedro Rodrigues e Narciso Mirada, o administrador da MatosinhosHabit, Tiago Maia, entre outras personalidades.
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