Leitura encenada da peça do dramaturgo angolano José Mena Abrantes
A primeira leitura da 16ª edição do Salvé a Língua de Camões decorreu na passada sexta-feira, 28 de fevereiro, no Espaço Irene Vilar do Museu da Quinta de Santiago.
“A Última Viagem do Príncipe Perfeito”, do dramaturgo angolano José Mena Abrantes, foi a peça encenada por Eduardo Morais, Fátima Maganinho, William Gavião e Raquel Araújo que deram voz e corpo a quatro exercícios dramáticos numa sessão especial, na qual o público teve a possibilidade de interagir com o dramaturgo e conhecer a contextualização da criação deste texto.
Esta edição do Salvé a Língua de Camões contou ainda com a apresentação dos diferentes equipamentos culturais do concelho, de que são exemplo a Galeria Municipal de Matosinhos, a Biblioteca Municipal Florbela Espanca e o Teatro Municipal de Matosinhos Constantino Nery, locais onde acontecerão algumas das próximas edições desta iniciativa.
A próxima leitura encenada está marcada para o dia 27 de março, pelas 21h30, com a apresentação do texto “Saudade” de Leo Lamas, desta vez na Galeria Municipal de Matosinhos.
“Saudade” conta a história de Fernanda e Joaquina, nomes que homenageiam os poetas portugueses Fernando Pessoa e Joaquim Teixeira de Pascoaes. A ação se passa em um apartamento em São Vicente, primeira cidade brasileira, tida como uma pequena réplica melancólica e antiga de Lisboa.
Muito longe de qualquer interesse histórico, a peça sugere uma leitura não realista, onde as cidades, os lugares e os personagens, são usados como símbolos que propõem várias possibilidades de interpretação. Há uma mulher morta em uma cama, há um corpo da mãe que desapareceu, há fotografias que se espalham pelo cenário e evocam cacos de memórias do passado e do futuro, há um amor proibido, há um estupro. As duas parecem estar impossibilitadas de saírem do lugar onde se encontram, sonham com um Portugal mítico de lembranças e saudades, lembram de pedaços de poemas como se fossem pistas a completar um quebra-cabeça. Quem seriam essas mulheres? Por que estariam ali? Com referências a teorias da fotografia “Saudade” propõe um jogo de investigação entre a falta e a memória, o fim do tempo psicológico e o sexo como possibilidade da incorporação da alma e do Sagrado.
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